divulgação (Foto: Arquivo Pessoal)
Atendente relata ter sofrido ameaças ao se recusar a atender PM sem
máscara em Plataforma
Caso aconteceu na noite do último domingo
O atendente de uma farmácia localizada na Avenida Suburbada, em
Plataforma, denunciou nesta segunda-feira (11) um episódio de abuso policial em
Salvador. Ele foi obrigado a atender um policial sem máscara na noite do último
domingo (10).
Maílson de Souza Cardoso, 40 anos, estava no fim do horário de
expediente, por volta das 19h30, quando foi surpreendido por um homem que não
usava máscara de proteção contra o coronavírus. Respeitando os protocolos
contra a Covid-19, Maílson disse que se recusou a atender o homem, que
prontamente afirmou ser policial militar e o ameaçou com uma arma.
"Ele disse: 'Quando um bandido bota uma arma na sua cara, vocês
ligam pra gente... e agora não quer me atender", conta o atendente da
farmácia. Maílson narra que o suposto policial, que estava à paisana, voltou
para o carro e colocou a arma na cinta. Ao retornar ao estabelecimento, obrigou
a atendê-lo sem o uso da máscara.
"Eu havia falado pra ele que era só esperar que o atenderia do lado
de fora", conta o trabalhador. "Ele estava visivelmente alcoolizado,
desequilibrado, fazendo palavras para obrigar a gente a atendê-lo sem
máscara", diz.
O atendente ainda não prestou queixa oficial na Corregedoria da Polícia
Militar porque aguarda a liberação de filmagem que mostra a movimentação do
suposto policial, mas afirma estar abalado com a abordagem.
"Isso me causou um transtorno tão grande, perdi minha noite de
sono, perdi meu equilíbrio emocional, ainda falei pra ele: 'Eu merecia
respeito, porque o senhor tem que me dar minha proteção, não me ameaçar de
morte'. Isso deixou ele mais irritado ainda, queria me agredir, graças a Deus
que foi embora", conta.
Ex-militar da Marinha do Brasil, Maílson diz ainda que não perdeu a fé
na polícia. "Esse tipo de pessoa queima a imagem da corporação. A polícia
militar é um órgão bom, que protege a gente, mas tem esse lado", diz.
Contatada pelo Metro1, a Polícia Militar da Bahia apenas
informou que para que seja feita a apuração do caso, a denúncia deve ser
formalizada na Corregedoria.