Governos estaduais não têm real interesse em forçar uma limpeza nas polícias militares, diz Jânio de Freitas

A análise foi feita durante o programa Três Pontos, transmitido nesta sexta-feira (11), na Rádio Metropole

Ao analisar a realidade e as falhas da atuação da polícia no Brasil, durante o programa Três Pontos desta sexta-feira (11), o jornalista Jânio de Freitas avaliou que os governos estaduais são personagens centrais no desempenho atual dos agentes de segurança, já que se omitem diante dos inúmeros problemas relacionados a esta instituição.

“Eu acho que esse velho problema tem um incentivo na visão política e eleitoral dos governos estaduais. Os governos estaduais de maneira geral, não é o de São Paulo, nem o da Bahia, mas o próprio sistema dos governos estaduais, os integrantes disso, não têm o real interesse em forçar uma limpeza real nas polícias militares, nas polícias no geral, que estão muito contaminadas em todos os seus setores”, ponderou Jânio de Freitas.

“[Os governos estaduais] não têm interesse em reformular a formação dos comandos e retirar aqueles que lá estão exercendo uma formação ruim, péssima, negativa, que transforma segurança em medo e em risco. Esse sistema estimula os governos estaduais a produzirem polícias eficazes, policiais de real segurança, esse sistema está furado”, concluiu o jornalista.

Militarismo

Jânio de Freitas também defendeu a necessidade de uma revisão do modelo militar vigente, devido aos constantes “desvios de comportamento e moralidade” apresentados por oficiais. 

Para o jornalista, a soma destes problemas entranhados na história do militarismo no Brasil contribuem para os desvios recorrentes na Força. Por isso, segundo ele, é preciso que haja o propósito de mudar a formação da oficialidade brasileira, particularmente no caso do Exército. Jânio de Freitas avaliou que para solucionar a situação o Brasil “precisa algum dia, e que esse dia não seja longe, ter certeza que não quer ditadura, que não quer militares desleais”.

Confira o programa na íntegra: