divulgação (Foto: Reprodução/ Alan Santos/PR)
Torres e ex-diretor da PF alegam visita a obras na
Bahia para explicar viagem ao estado, mas versão é questionada
Diferente do que foi relatado por Nunes e Torres, delegados afirmaram
que a visita realizada pouco antes do segundo turno teve intenções políticas
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Márcio
Nunes, contou sua versão dos fatos sobre a viagem que realizou à Bahia, com o
ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, pouco antes do início do segundo
turno. O depoimento foi prestado, nesta quinta-feira (11), para o inquérito que
apura um suposto esquema organizado para dificultar o acesso dos eleitores às
urnas durante a última eleição.
Segundo Nunes, ele e Torres realizaram uma visita à Bahia para
monitorar obras na sede da PRF e, após cumprirem este compromisso, se reuniram
com autoridades locais para discutir sobre o policiamento que deveria ser feito
durante o segundo turno. O argumento também foi utilizado pelo ex-ministro da
Justiça, em seu último depoimento.
No entanto, os investigadores ainda desconfiam das
justificativas, em razão de conflitos entre as versões, que contradizem
acontecimentos relatados por três delegados que faziam parte da cúpula da PF na
Bahia durante este período. O trio será ouvido novamente pelos investigadores,
mas até o momento a data dos depoimentos não foi divulgada.
Versão
dos delegados
De acordo com os então delegados da cúpula da PF, a viagem teve
montivação política, já que o ex-ministro iniciou a reunião falando sobre sua
preocupação com crimes de compra de votos e fez questão de pontuar sobre a
necessidade de realizar uma ação de reforço dos agentes da PF nas
rodovias, com participação de 100% do efetivo e apoio de agentes da PRF.
Os
policiais afirmaram que, na sequência, todos saíram para almoçar. Por conta da
demora da comida ficar pronta, eles se atrasaram para chegar até a sede da PRF
e a visita no local de obras aconteceu de forma breve - o que
vai de encontro com as versões de Nunes e Torres.