divulgação (Foto: Rafael Albuquerque)
Após
ter contas penhoradas, Ronaldo é acusado pela Justiça de desviar patrimônio
Defesa do ex-jogador se manifestou sobre acusação de desvio
de patrimônio
O ex-jogador Ronaldo Fenômeno
teve suas contas bancárias penhoradas por uma dívida de R$ 1 milhão na qual ele
é sócio em uma das firmas devedoras. Diante desse imbróglio, a Justiça entendeu
que o ex-atacante desvia o patrimônio de suas empresas.
Em
acórdão publicado em 1 de fevereiro, o relator Heraldo de Oliveira determinou a
desconsideração da personalidade jurídica da Liv Drinks - na qual Ronaldo tem
participação direta, segundo o tribunal - e de outras empresas ligadas ao
ex-centroavante.
Para o
relator, como Ronaldo é titular de outras empresas, como a Empório Ronaldo do
Brasil, RDNL Participações, Mike Empreendimentos Imobiliários e R9 Sport e
Marketing, ficou demonstrada uma existência de um grupo econômico que confunde
seu patrimônio entre as participantes de forma que possa prejudicar eventuais
credores, informa o Uol.
"Ficou demonstrada a
existência de grupo econômico e inter-relações entre os agravados e os
executados, configurando o abuso de personalidade jurídica, sendo caracterizada
confusão patrimonial, desvio de finalidade com intuito de frustrar o pagamento
das obrigações assumidas pelos devedores", diz a decisão.
A
Justiça entendeu que as empresas estão sob a mesma direção, controle e
administração. Além disso, os documentos juntados ao processo mostram que ficou
evidente uma confusão envolvendo o patrimônio dessas firmas, o que pode
atrapalhar na hora de uma delas assumir a responsabilidade por eventuais
calotes.
Dessa
forma, o Tribunal entendeu que todas essas empresas e seus sócios, incluindo
Ronaldo, estão lesando credores, e aplicou uma penalidade extremamente rara,
que é chamada de desconsideração da personalidade jurídica, pela qual todos os
sócios de uma empresa respondem pelo pagamento da dívida dela.
Os advogados de Ronaldo e suas
empresas foram à Justiça protestar contra a penhora. A defesa do ex-atleta
apontou que, anteriormente, uma decisão havia rejeitado a desconsideração da
personalidade jurídica das empresas. E que, após o recurso da outra parte - que
acabou aceito posteriormente -, eles não foram intimados para se defender.
Portanto, a defesa de Ronaldo pediu que o arresto das contas bancárias do
ex-atleta seja revogado até que o processo tenha um desfecho na esfera
jurídica, já que eles não puderam contestar a decisão, que ainda cabe recurso.
Também
contestaram que, embora os bloqueios
bancários tivessem que ficar em segredo de Justiça, a notícia saiu
na imprensa na quarta-feira - eles juntaram uma imagem de redes sociais falando
sobre a penhora. Assim, pediram um efeito suspensivo para que o arresto não
aconteça - o que já foi negado pelo tribuna
Quem
pediu pela inclusão de Ronaldo no processo foi a Upper Fundo de Investimento em
Direito Creditório, que havia acionado a Liv Drinks e outra empresa, a Fergo
Comércio Atacadista, na Justiça, por uma dívida de R$ 1,2 milhão. Em petição, a
Upper disse que Ronaldo e outros sócios da Liv Drinks realizam manobras
patrimoniais e societárias para manter o alto padrão de vida e blindar seus
patrimônios.
O pedido para incluir o
ex-atleta veio após a Justiça tentar localizar bens passíveis de penhora na
empresa por aproximadamente dois anos.
Em
sua defesa, os advogados de Ronaldo disseram que a Upper não juntou provas das
alegações e que as empresas do ex-jogador não possuem sequer atividades
semelhantes ao das devedoras principais da cobrança. Ainda apontou que não foi
apresentado nenhum indício de que as empresas atuaram em sentido contrário às
suas finalidades sociais.