divulgação (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Petrobras decide antecipar R$ 43,7 bilhões em dividendos a acionistas;
equipe de Lula critica ação
Alguns membros do Conselho da empresa foram contra.
Avaliação é de tentativa para cobrir gastos eleitorais
A Petrobras decidiu antecipar, nesta quinta-feira (3), o pagamento
de distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos a seus acionistas. A decisão
não foi bem vista entre os componentes do governo Lula (PT), que já começaram a
organizar a transição nesta semana.
Apenas em 2022, a antecipação de distribuição de dividendos já atinge R$
180 bilhões, bem acima dos R$ 101 bilhões distribuídos em todo o ano passado.
Os R$ 43,7 bilhões devem ser distribuídos entre dezembro e janeiro, como uma
antecipação do resultado do terceiro trimestre da companhia.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou a
decisão da empresa e disse que ela visa pagar parte da gastança eleitoral do
governo neste ano eleitoral. "Isso é uma irresponsabilidade com a empresa
e com o país. É a farra do Paulo Guedes, para cobrir os gastos eleitorais
do governo Bolsonaro", afirmou a presidente do PT, que integra a equipe de
transição.
Dos R$ 43,7 bilhões, cerca de R$ 22 bilhões devem ir para o Tesouro
Nacional. Alguns membros do Conselho de Administração foram contra essa
antecipação, e atribuíram a decisão a uma busca de cobrir os gastos do governo
para tentar reeleger o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Integrantes da estatal acusam ainda a estatal, comandada por Caio Paes
de Andrade, de segurar o aumento dos combustíveis durante o período eleitoral para
não prejudicar o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo eles, a Petrobras já teria de aumentar o preço da gasolina e do
diesel desde o início do segundo turno, mas decidiu segurar o reajuste por uma
questão política.