Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2025

Brasil

Publicada em 17/06/22 às 19:07h - 41 visualizações
Moradores da Boca do Rio estão divididos sobre possível mudança do circuito do Carnaval
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divulgação  (Foto: Igor Santos/SECOM - PMS)

Moradores da Boca do Rio estão divididos sobre possível mudança do circuito do Carnaval

Comunidade afirma que ainda não houve nenhum tipo de consulta sobre o assunto

Em meio à polêmica envolvendo a possível mudança do circuito Barra-Ondina para a região da Boca do Rio, moradores do bairro e das áreas próximas se dividem entre apoiadores e detratores da ideia. Enquanto alguns estão preocupados com a questão da segurança, outros ficam animados com a possibilidade de ter a festa perto de casa.

Entre as pessoas que se empolgaram com a novidade, está a professora de Educação Física, Daisy Lima. Além de favorável à mudança, ela acredita que o Carnaval movimentaria o comércio da Boca do Rio, onde mora.

"Eu participo, amo Carnaval. Concordo com a mudança. Aqui temos mais espaço para a festa e vamos movimentar nosso comércio", pontuou. A professora, no entanto, apontou que não houve nenhuma consulta até agora aos moradores do bairro, e que tem se informado através da imprensa sobre o tema.

Segundo o Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), em entrevista recente ao  Portal M!,  há duas hipóteses para a realização do Carnaval na Boca do Rio: uma delas seria com o circuito se iniciando no Parque dos Ventos e indo até a região da Avenida Pinto de Aguiar, em Patamares, enquanto a outra seria o circuito começando na região das quadras de tênis da Boca do Rio e seguindo até as Terceira Ponte.

Patrícia Passos, também moradora da Boca do Rio, afirmou que é contra a possível mudança. Segundo ela, se estivesse em debate o fim do circuito do Campo Grande seria mais compreensível.

"No Campo Grande, [a festa] se tornou inviável por conta do espaço físico. Ainda assim, a região da Boca do Rio é muito perigosa, e com o Carnaval aqui, seria muito pior. Na Barra, por exemplo, que está na pipoca tem diversas válvulas de escape para assistir o trio passar e ficar distante da muvuca. Já na Boca do Rio, não existe essa possibilidade. Um exemplo são os eventos feitos aqui, que sempre causam transtornos", avaliou.

Insegurança preocupa

Da mesma forma, uma moradora da Boca do Rio, que preferiu não se identificar, apontou que é contrária à possível mudança. Segundo ela, já existe muita bagunça no bairro em função do Festival da Virada. Ela acredita que, com o Carnaval, poderia ser pior.

"Na festa da virada, vemos a bagunça, muitos ladrões. Tenho mãe idosa que sofre com o som alto, além da minha rua virar um verdadeiro estacionamento, inclusive com a minha garagem sendo fechada por outros carros, mesmo com a placa de 'não estacione'", reclama.

Ela apontou ainda que ainda não houve nenhum tipo de diálogo com os moradores do bairro sobre a possibilidade, e afirmou que já cogita até se mudar, caso a proposta avance. "Nossa família está aqui há mais de 60 anos, mas com essa possibilidade, já estamos até pensando em nos mudar", relatou.

Já para a moradora de Patamares, a professora de inglês Karina Ferrari, a principal preocupação com a possível mudança é quanto à questão da segurança. Em contrapartida, ela acredita que levar o Carnaval para a região pode significar a criação de um projeto de reforma deste trecho da orla -  demanda antiga dos moradores.

"Particularmente, fico preocupada com a violência. Quis morar aqui justamente pela tranquilidade, pelo sossego do bairro. Por outro lado, acho que a região se beneficiará. Nossa orla é feia, acredito que fariam as melhorias em caráter emergencial, e temos pressa por ver essa parte da orla arrumada", disse.

A moradora acredita também que até locais como o Parque de Pituaçu poderiam passar por melhorias em função da festa momesca.

Uma região próxima e que também pode ser afetada com a realização do Carnaval é o Imbuí. No entanto, a Associação de Moradores do Marback e Imbuí (Ascomi) informou ao Portal M! que a entidade ainda não chegou a um "consenso" sobre o assunto.

E, por se tratar de um tema "sensível", preferiram não se manifestar, visto que ainda não houve um debate profundo com todos os representantes da Associação.



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