Publicada em 20/05/22 às 12:51h - 79 visualizações
Servidores baianos precisam ficar atentos com Reforma da Previdência, alerta Paulo Modesto https://www.radiombfm.com.br/justica/noticia/65861-servidores-baianos-precisam-ficar-atentos-com-reforma-da-previdencia-alerta-paulo-modesto.html
Até o dia 28 de
julho, os servidores do Estado da Bahia, que ingressaram no funcionalismo
público antes de 2015 deverão decidir se irão aderir ao plano de
previdência complementar PrevNordeste. E os trabalhadores precisam estar muito
atentos ao que a não adesão poderá implicar e por que deverão acompanhar
as discussões da Reforma da Previdência da Bahia com mais afinco. É o que
sinaliza o jurista e professor de Direito Administrativo, Paulo Modesto.
Em entrevista ao Bahia Notícias (assista na íntegra
abaixo), o jurista afirma que “pensar em previdência é pensar em
previsibilidades”. Ele lembra que as discussões sobre essa temática ocorreram
de forma “bastante apressada” no estado nos anos de 2020 e 2021, e que diversos
problemas foram detectados, com questionamentos que foram feitos na Justiça, em
diversos tipos de ações, como Diretas de Inconstitucionalidade, a serem
analisadas pelo Judiciário baiano.
"A maior partes dos
servidores que são anteriores a 2015 tem direito ainda à paridade por regras de
transição. O que significa que, em tese, ele pode, ao completar os requisitos
que estavam previstos hoje na emenda da Bahia, 60 anos o homem, 57 a mulher,
com um largo período de contribuição sob a totalidade da sua remuneração, ter o
mesmo vencimento da atividade. Só que ele contribui sob 15% do todo, ele
contribui também quando se aposenta - acima de três salários mínimos aqui na
Bahia, enquanto na União é acima de R$ 7 mil, aqui chega a R$ 3 mil e pouco
hoje, uma situação pior do que a União e de vários estados -, e ele ainda pode
estar sujeito a aumentos novos de alíquota e até uma alíquota
extraordinária", detalhou.
A proposta que deu origem à Emenda 27 em 2021
foi discutida e aprovada em pouco menos de meia hora na Assembleia Legislativa da
Bahia (AL-BA). A aprovação do texto não foi precedida de audiências públicas,
de debates em comissões especializadas, de ouvir especialistas e professores. O
professor afirma que o assunto também foi pouco debatido após aprovação da
reforma, sendo explanada em algumas lives durante a pandemia. "É preciso
esclarecer essas coisas, porque vai ter uma repercussão sobre a vida dos
servidores nos próximos 20 anos, está sendo decidido agora, mas eles ainda
não sabem disso", apontou.
Na entrevista, Modesto explica que a
PrevNordeste administra a previdência complementar da Bahia, Sergipe e Piauí.
Para o professor, os outros estados estão mais avançados do que a Bahia na
discussão dos benefícios previdenciários. "É preciso que as regras
estejam muito claras e seguras, não questionadas e pacificadas no âmbito do
próprio Estado, e que os valores de despesas estejam claramente
definidos. E não estão, lamentavelmente, por falta da
regulamentação na Bahia do benefício especial, que é aquele que devolve a
contribuição dos servidores que contribuíram a mais do que do INSS, quando eles
optam pela previdência complementar. Essa simples devolução de valores não
estando regulamentada aqui, mas estando no Piauí, faz com que o Piauí tenha
mais segurança previdenciária do que na Bahia", avaliou. A sinalização é
que o Estado da Bahia estuda a implementação de benefícios que ainda não foram
concedidos. A expectativa é que esse estudo vire um projeto de lei e que seja
aprovado até o dia 28 de julho.
A problemática será discutida no
Seminário Reforma da Previdência nos Estados e Municípios, no próximo dia 31 de
maio, no Wish Hotel da Bahia. O evento será realizado pelo Instituto Baiano de
Direito Público (IBDP). Já confirmadas as presenças da ministra Cármen Lúcia,
do Supremo Tribunal Federal (STF), e do ministro aposentado Carlos Ayres
Britto. Informações e inscrições no site da Sympla.
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