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OPAS estabelece
comissão de alto nível sobre saúde mental e pandemia
A diretoria da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
lançou nesta sexta-feira (6) a comissão de alto nível sobre saúde mental e
Covid-19. A instância tem como objetivo o desenvolvimento de diretrizes e
recomendações para mitigar o impacto da pandemia na saúde mental da população
nos países do território americano.
Instituída
pela diretora do braço da ONU, Carissa F. Etienne, a comissão se concentrará em
cinco áreas principais: recuperação da pandemia e promoção da saúde mental como
prioridade; necessidades de saúde mental das populações vulneráveis; integração
da saúde mental na cobertura universal de saúde; financiamento; e promoção e
prevenção de condições de saúde mental.
"Devemos aproveitar a oportunidade que a pandemia nos dá
para abordar as fraquezas de longa data existentes nos serviços de saúde mental
e fortalecê-los para o futuro”, afirmou Etienne após agradecer aos comissários
por seu trabalho e compromisso. "Agora é a hora de construir uma saúde
mental melhor nas Américas", enfatizou.
O colegiado é presidido por Epsy Campbell Barr, vice-presidente
da Costa Rica, e copresidida por Néstor Méndez, vice-diretor-geral da
Organização dos Estados Americanos (OEA). Também é composta por líderes de
organizações de saúde, sociedade civil e academia, além de pessoas com
experiência direta no tema.
A
presidenta da comissão ponderou que a saúde mental e o bem-estar de milhões de
pessoas, especialmente das mulheres, foram “gravemente afetados” pela pandemia,
os lockdowns, fechamento de escolas, teletrabalho e cuidado dos membros da
família. Campbell Barr pediu uma "abordagem urgente da saúde mental"
e a "tomada de medidas para prevenir e responder à violência doméstica,
incluindo serviços de saúde mental para as sobreviventes".
Dados levantados pela OMS mostram que há uma prevalência global
de ansiedade e depressão após a pandemia. Só no primeiro ano, o aumento no
índice foi de 25%.
Nos países das Américas, de acordo com a OPAS, um terço das
pessoas que tiveram a doença foram diagnosticadas com um transtorno neurológico
ou mental e, em 2020, entre 14,7% e 22% dos profissionais de saúde apresentavam
sintomas que levavam à suspeita de depressão.
Os membros da Comissão prepararão um relatório com as
principais recomendações baseadas em evidências para melhorar a saúde mental
nas Américas e transformar os sistemas e serviços de saúde mental após a
pandemia de Covid-19. O relatório deverá ser concluído no último trimestre de
2022.