divulgação (Foto: Reprodução)
Diretor da Defesa Civil reclama que não foi avisado pela Embasa sobre
abertura de comportas de barragens
Embasa diz que não avisou porque a barragem Ipitanga I não atingiu nível
de alerta
O diretor geral da Defesa Civil de Salvador
(Codesal), Sosthenes Macedo, afirmou nesta sexta-feira (22) que o órgão não foi
comunicado pela Embasa sobre a abertura das comportas da barragem Ipitanga 1,
situada no bairro Fazenda Cassange. Segundo Sosthenes, a abertura das comportas
impactou na enchente em algumas ruas do bairro Parque São Cristóvão.
"Surpreendentemente, não fomos avisados da abertura das
comportas das barragens. Soube pela imprensa que as Prefeituras de Lauro de
Freitas de Camaçari foram avisadas. É só olhar as imagens e perceber que a
população de Salvador foi afetada pelo procedimento”, disse o diretor da
Codesal em entrevista à TV Bahia.
Sosthenes ainda afirmou que vai pedir esclarecimento à Embasa sobre o não
comunicado à Defesa Civil de Salvador. “Vamos procurar saber também de que
forma ocorre a abertura das comportas e os critérios”, completou.
Por
meio de nota, a Embasa informou que, devido às chuvas intensas que caíram na
região metropolitana de Salvador nos últimos dias, as bacias hidrográficas dos
rios Ipitanga e Joanes encheram. Como nessas bacias existem barragens operadas
pela empresa, foi necessário adotar procedimentos distintos, em cada uma delas,
visando a segurança da estrutura dos respectivos reservatórios no cenário de cheia
de cada rio.
Segundo
a Embasa, no caso do rio Ipitanga, sempre que chove e o rio enche, as comportas
da barragem Ipitanga 1 são abertas. “Desde que começou a chover na semana
passada, as comportas dessa barragem foram abertas e a vazão de água que sai delas
é menor do que a vazão da própria calha do rio que passa pelo bairro de São
Cristóvão”, diz trecho da nota.
Ainda
conforme a empresa estatal, não foi comunicada a abertura das comportas de
Ipitanga 1 à Defesa Civil de Salvador “porque a barragem não atingiu nível de
alerta e porque a vazão liberada pelas comportas de Ipitanga não são
determinantes para provocar alagamentos nas áreas a sua jusante”.
A
Embasa ainda explicou que, no caso do rio Joanes, quando a barragem Joanes 2
começou a encher com as chuvas intensas desta semana, a empresa, cumprindo
procedimento padrão de segurança da barragem, abriu três de suas quatro
comportas de forma gradativa à medida que o nível do reservatório ia
aumentando.
Nesta
quinta (21) pela manhã, como a barragem Joanes 2 atingiu nível de alerta, foi
preciso abrir a quarta comporta e avisar à Defesa Civil de Lauro de Freitas,
Camaçari e Simões Filho, municípios que ficam a jusante (rio abaixo) desta
barragem, pois, por conta da vazão da água liberada, haveria alagamentos nas
áreas ribeirinhas.
Nesta
sexta-feira (22), o nível de Joanes 2 baixou e saiu do parâmetro de alerta e os
técnicos da Embasa iniciaram o fechamento gradativo das comportas desta
barragem.
A
Embasa disse que cumpriu os procedimentos de prevenção de risco na operação das
barragens Ipitanga 1 e Joanes 2 diante das enchentes dos rios Ipitanga e
Joanes. “Vale ressaltar que as duas barragens funcionam como amortecedores de
enchentes nas áreas ribeirinhas a jusante. No entanto, quando a enchente
ultrapassa a capacidade de amortecimento dessas barragens, é preciso liberar a
água do rio para evitar risco de acidentes com impactos muito piores”,
acrescenta.