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Advogada trabalhista alerta para problemas de saúde devido ao trabalho
em excesso na pandemia
Karine Rocha, que é especilialista em
direito do trabalho e previdenciário, chamou a atenção a respeito da
importância de tratar as doenças desenvolvidas no ambiente profissional
A pandemia da Covid-19 causou
no mercado de trabalho um desemprego gigantesco. O cenário atual é o de
empresas com equipes enxutas, o que consequentemente atrai para os empregados
uma sobrecarga de atividades, seja presencial ou em forma remota. De acordo com
a advogada Karine Rocha, que é especialista em direito do trabalho, processo do
trabalho e direito previdenciário, é importante se preocupar com as sequelas
emocionais que o surto do coronavírus deixou. Ela chama atenção a respeito da
importância de tratar as doenças desenvolvidas no ambiente profissional.
"Muitas sequelas ficaram mais fortes e evidentes, sobretudo
pela sobrecarga de trabalho. Há importância de debater esse assunto, já que por
conta do momento de pandemia, muitas pessoas foram prejudicadas pelo desempenho
e muitas não sabem lidar com o retorno presencial", afirma a especialista
em entrevista ao programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM),
comandado pelo editor-chefe do Portal M!,
o jornalista Osvaldo Lyra.
Para a advogada, que também é presidente da comissão especial do
direito do terceiro setor, mestre em políticas sociais e cidadania e professora
da Universidade Católica de Salvador, é importante prevenir os acidentes de
trabalho e destaca a data de 28 deste mês, na qual celebra o Abril Verde, dia
instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como o Dia Mundial
da Segurança e Saúde no Trabalho.
"De cada 10 brasileiros, seis hoje no Brasil fazem terapia,
porque a gente está vivendo um período de grande angústia e ansiedade. As
sequelas que a gente têm que tratar agora é com muita segurança [...] A
campanha é de abril, mas a gente tem que falar sobre isso ao longo do tempo.
Melhorou as ocupações em relação a Covid, com certeza irão piorar nossa questão
da saúde em outros problemas. O número de infarto, AVC tem sido constante, a
gente tem que se preocupar com esse outro lado, que é a sequela emocional que
gera esses problemas físicos tão importantes que a gente precisa tratar",
aponta a advogada.
Dra. Karine chama atenção da importância da prevenção do
problema e do diagnóstico, já que segundo ela, parte dessa ação não vem sendo
realizada por peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e acabam
negando os benefícios para os trabalhadores.
"O INSS está abarrotado, é uma grande tristeza o número de
benefícios que são negados, porque muitas vezes, a Síndrome de Burnout, por
exemplo, não são detectados por peritos da área, que negam os benefícios. Com
isso, existe uma piora, um o esgotamento, o que pode levar a depressão e a
paralisação das atividades. O trabalho acaba sendo um adoecimento e não uma
felicidade", explica a especialista em direito previdenciário.
Home
office
A modalidade do trabalho remoto ficou bastante comum desde a
pandemia da Covid-19, porém este estilo atraiu também sobrecargas e
dificuldades para se manter os horários. Karine afirma que é importante ter
momentos de desconexão.
"Os
empregadores têm que ter muito mais cuidado com a forma de contratar, a gente
precisa entender que o empregado pode trabalhar com metas, mas tem que se
preocupar também com a desconexão, diminuir o acesso do grupo de WhatsApp,
limitar o acesso aos programas de trabalho e isso tudo tem que ser com uma
previsão de contrato de trabalho, porque nós não temos ainda uma legislação
adequada no nosso país para isso", pontua.