divulgação (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Grupo evangélico é suspeito de desmatar árvores durante acampamento no
Morro do Pai Inácio
Ouvidos pelo Metro1, homens negaram participação na derrubada de árvores
no local
A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável
de Palmeiras (Sedesp) suspeita que um grupo de homens evangélicos, do
Ministério Apostólico Internacional Salvar Nações, de Salvador, cometeu crime
ambiental no Morro do Pai Inácio, na Chapada Diamantina. O caso aconteceu na
última segunda-feira (14) e foi denunciado nesta sexta (18) por um guia
turístico.
Em
vídeo, divulgado pelo guia Ítalo Pinto, com a acusação de desmatamento, é
possível ver uma grande quantidade de galhos recém cortados de árvores,
reunidos em frente a uma barraca de camping. "É muita coisa", se
impressiona.
O
Morro do Pai Inácio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) como monumento arqueológico, etnográfico e
paisagístico. Mesmo estando em Área de Preservação Ambiental (APA), no entanto,
já foi alvo de diversas depredações, tais quais alargamento de trilhas e desmatamento
de vegetação rupestre nativas.
"Como
é uma região de campo rupestre, arenoso, que não tem muita árvore, é muito
difícil que as árvores cresçam no local, leva anos", diz Ítalo ao
Metro1.
Em
sua denúncia, o guia turístico acusa a prefeitura de ter permitido que o grupo
evangélico acampasse no Morro, o que é proibido. O pastor responsável pelo
Ministério Apostólico defende a mesma tese. A gestão municipal, por sua vez,
nega.
"Eu
não posso barrar o turista, o visitante chega a partir das 9h da manhã e fica
até as 17h. Esses visitantes subiram normal para fazer a visitação. Eles
ficaram até as 17h, quando eu recebi a ligação de que eles estavam querendo se
estender até 0h. Eu disse que não era permitido, porque nossos parques
municipais não têm visitação noturna. Eles se alteraram. E quando a agente
subiu, para fazer o monitoramento, ela se deparou com o crime ambiental. No
mesmo instante, falou comigo. Acionei a polícia militar, que prontamente nos
atendeu", diz a titular da Sedesp, Naiara Nascimento.
De
acordo com a secretária, o grupo não queria descer e começou a cercar a agente
administrativa. "Foram 14 homens querendo intimidá-la. Nesse momento ela
pegou o telefone e me mandou a mensagem com as fotos do que aconteceu. A gente
acredita que eles iam fazer fogueira, tentar burlar para ficar mais
tarde", conta.
A
pasta acionou a Policia Civil, fez um Boletim de Ocorrência, e passou para as
policiais o nome da instituição, "Não temos como provar que foram eles,
mas há uma suspeita muito forte".
O
pastor do Salvar Nações, Carlos Santos, confirma que foi em grupo para o Morro
do Pai Inácio e queria ficar até 0h para realizar orações, mas nega que foram
os responsáveis pelo desmatamento. "Não dá pra fazer fogueira com galho
verde, isso não faz sentido", diz o pastor.
Questionado sobre ter visto os galhos caídos ou ao menos alguém
que teria cometido o crime, o pastor afirmou que o desmatamento sequer existiu.
De acordo com ele, não viu essa árvore caída. "Não teve nada desmatamento,
será que existiu? Que desmatamento foi esse?", diz.