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Planalto quer mudança em lei para não ter que compensar corte de tributo
sobre combustíveis
Governo deve deixar de arrecadar R$
16,59 bilhões entre março e dezembro
O Governo Federal encaminhou ao
Congresso Nacional, nesta quinta-feira (17), um Projeto de Lei que visa alterar
a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022 para permitir que a redução de
tributos sobre combustíveis, aprovada pelo Legislativo, não precise ser
compensada.
Segundo a proposta, essa redução, já sancionada pelo presidente
Jair Bolsonaro (PL), não precisaria mais ser acompanhada de "medida
compensatória que anule o efeito da redução da receita no resultado primário, por
meio do aumento de receita corrente ou da redução de despesa" - um
dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
De acordo com o Ministério da Economia, a proposta de alteração
"facilita a redução dos tributos incidentes sobre a comercialização do
diesel, gás de cozinha e gás natural".
"A alteração abre uma exceção aos requisitos para
realização da redução de receita referente a tributos sobre esses
produtos", pontuou o Ministério da Economia.
"Dessa forma, a perspectiva é que a LDO passe a oferecer
condições para a avaliação e aprovação de medidas atualmente em discussão no
Congresso Nacional, de modo a suavizar a alta de preços desses produtos,
decorrentes do cenário internacional", acrescentou o governo.
Segundo o Ministério da Economia, o Governo Federal vai deixar
de arrecadar, entre março a dezembro deste ano, R$ 16,59 bilhões com o corte de
tributos sobre os combustíveis, sendo:
R$ 15,18 bilhões da redução a zero do Pis/Pasep e da Cofins do
diesel;
R$ 710,11 milhões da redução do biodiesel;
R$ 274,73 milhões da redução do querosene da aviação civil;
R$ 428,12 milhões da redução do gás liquefeito de petróleo e de
gás natural.
Segundo os cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI),
órgão ligado ao Senado Federal, o impacto da isenção do PIS-Cofins para
combustíveis deve ser de R$ 17,6 bilhões para a União neste ano.
O cálculo considera as alíquotas vigentes em março de 2022 e as
quantidades de consumo estimadas para o período de março a dezembro, utilizando
a média dos últimos três anos.