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Vídeo: Em resposta a ataques, protesto defende direitos de população em situação de rua em Itapuã

Em ato anterior, moradores da região relacionaram presença de unidade de acolhimento no bairro com aumento da violência

Um ato em defesa dos direitos da população em situação de rua reuniu diversas pessoas e organizações em frente à 12ª Delegacia, na orla de Itapuã na tarde desta quinta-feira (3). O protesto acontece em resposta a ataques realizados por moradores da região na última semana, que relacionaram a presença destas pessoas na Unidade de Acolhimento Emergencial (UAE) Perólas, no bairro, com o aumento da violência.

"Mandaram áudios perversos incitando a população contra as unidades de acolhimento, nem nos deram a oportunidade de mostrar que ela foi aberta para salvar vidas, e por isso é emergencial", explica Vera Magalhães, gestora da UAE.

Presente no ato organizado pelo Movimento População de Rua, Vera indica que, mesmo com a chuva, se juntou ao movimento desta quinta "uma quantidade muito grande de pessoas para dizer não ao preconceito". "Tem vários seguimentos apoiando, ONGs, a Defensoria Pública da Bahia, o Ministério Públio, grupos em defesa dos direitos humanos... Está muito bonito", avalia.

A coordenadora das unidades Pérola ressalta ainda que a associação entre a população socialmente vulnerável e a violênca no bairro é infundada. "Eles culpam as unidades de acolhimento pelo aumento da violência, mas na Barra tem [UAE]?", questiona, em referência ao recente crescimento de atos violentos no bairro desprovido de unidades do tipo. "E onde foi no Brasil que não teve aumento da crime?", conclui.

"A gente acredita na ressignificação de vidas e nos nos juntamos para isso", observa Vera. Segundo ela, em 11 meses de existência, a UAE de Itapuã acolheu 696 pessoas. Destas, 535 pessoas tiraram toda a documentação e 362 foram beneficiadas com o auxílio aluguel. "Nenhum teve Covid. Imagine se estivessem na rua como seria se fossem infectados? A unidade salva vidas", defende.

Veja o vídeo: