divulgação (Foto: Reprodução Instagram Dida Sampaio)
Aos 53 anos, morre em Brasília o repórter fotográfico Dida Sampaio
Jornalista não resistiu a um acidente vascular cerebral
Morreu nesta sexta-feira (25) em Brasília,
aos 53 anos, o fotojornalista Francisco de Assis Sampaio, mais conhecido como
Dida Sampaio. Ele trabalhava na sucursal de Brasília do jornal O Estado de S.
Paulo e estava internado em um hospital particular da capital desde o último
dia 10, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
Natural
do interior do Ceará, Dida construiu sua carreira na capital do país, registrando
os mais importantes eventos históricos e políticos das últimas décadas, atuando
diretamente na cobertura das gestões presidenciais de José Sarney (1985-1989),
Fernando Collor (1990-1992), Itamar Franco (1992-1994), Fernando Henrique
Cardoso (1995-1999), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), Dilma Rousseff
(2011 e 2016), Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022).
Dida
recebeu duas vezes o Prêmio Esso e três vezes, o Vladimir Herzog, as premiações
de maior prestígio e destaque do jornalismo brasileiro.
"Dida
foi o mais importante repórter-fotográfico brasileiro da sua geração. A perda
para o jornalismo e para o país é imensurável. Morre hoje um pouco da grande
reportagem", escreveu Andreza Matais, chefe da sucursal de O Estado de S.
Paulo em Brasília.
Em
nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF (SJPDF) registrou com
"imenso pesar" a morte de Dida, "repórter fotográfico que
inscreveu seu nome na história do jornalismo brasileiro com as imagens que
captou ao longo de quatro décadas de carreira".
"Para
gerações de jornalistas - bem como de leitores - o trabalho de Dida foi o
testemunho direto e corajoso de momentos críticos da história política recente.
Como repórter fotográfico da sucursal de O Estado de S. Paulo em Brasília,
imortalizou imagens da resistência à ditadura militar e da luta pela
restauração da democracia." A nota do sindicato lembra que, em 2020, o
fotógrafo foi vítima da violência, sendo agredido ao registrar manifestação de
apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
Além
de registrar as turbulências da vida política do país, Dida Sampaio cobriu
conflitos sociais e ambientais na Amazônia, no Pantanal e nos sertões do
Nordeste e Centro-Oeste do país, com amplo reconhecimento de seu trabalho.