divulgação (Foto: Reprodução)
Com subnotificação da H3N2 e Covid, Ministério da Saúde ameaça não pagar
leito, afirma Tereza Paim
A ação ocorre diante da iminência de
uma nova onda de infecções pelo novo coronavírus
A subnotificação enfrentada por
todo o país no número de infectados pela H3N2 e Covid-19 é uma realidade que
surge em um momento delicado. A falta dos dados precisos dificulta que os
municípios enxerguem com clareza a situação da saúde e cidades podem estar
vivendo o crescimento de casos de maneira acelerada das duas doenças, sem ter a
real dimensão. De acordo com a secretária estadual de Saúde, Tereza Paim, a
Bahia vive esta realidade.
"Existe subnotificação sim, nós vivenciamos esse momento no
qual o Ministério da Saúde, através do DataSUS que não nos enviou os dados...
para além disso esse boom de pessoas contaminadas.. é preciso notificar
para a gente se enxergar nesse panorama. Além disso, estamos passando por um
desastre de enchentes, em que muitas unidades e equipamentos de saúde foram
danificados e se perdeu a tecnologia de informação. A gente sabe que vamos ter
uma perda muito grande de notificações a partir de agora, mas é muito
importante notificar", afirma a titular da Secretaria Estadual da Saúde,
em entrevista para o programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM),
comandado pelo jornalista Osvaldo Lyra, editor-chefe do Portal M!.
Além da queda no sistema de notificação oficial do Ministério da
Saúde desde o início de dezembro, quando houve um ataque cibernético, outro
motivo para a falta de precisão de dados é o fato de que os dados enviados à
pasta pelos governos estaduais e municipais, que já sofriam um represamento em
outros momentos da pandemia, podem estar consideravelmente
subnotificados.
Tereza Paim chama atenção para outro alerta que pode prejudicar
todo o estado diante da iminência de uma nova onda de Covid-19: o fato do
Ministério da Saúde informar que não vai mais pagar o leito Covid. Segundo ela,
o governo da Bahia está trabalhando para que essa decisão seja revisada.
"Estamos tramitando isso, através do governo da Bahia,
Secretária Estadual de Saúde, oficiando o Ministério da Saúde, a partir de uma
portaria, mas, desde dezembro, nós estamos conversando sobre isso para que o
recurso não se esgote. Lembro que a síndrome gripal precisa de um diagnóstico
preciso e isolamento de pacientes, então são leitos especiais para os pacientes
que agravam", disse.