divulgação (Foto: Reprodução)
Mulher denuncia caso de racismo contra filho de 8 anos em supermercado
de Salvador
Procurado pela reportagem do Metro1, o grupo Carrefour, empresa que
administra o Atacadão, disse que "tomou conhecimento do caso" e
iniciou "rigorosa apuração interna e está buscando contato com a cliente
para qualquer tipo de suporte"
A mãe de um menino negro, de 8 anos,
denunciou um caso de racismo no supermercado Atacadão, unidade de Cajazeiras,
em Salvador. De acordo com ela, o seu filho foi abordado por uma funcionária do
estabelecimento, que, ao ver a criança com um pacote de macarrão instantâneo
nas mãos, perguntou se ele ia pagar pelo produto ou se iria roubá-lo.
Após
a situação, a garçonete Vitória Dimas, de 22 anos, solicitou acesso às imagens
da câmera de segurança do local, mas o gerente, identificado com o nome de
Paulo Vinícius, não teria permitido. A situação aconteceu no dia 30 de
novembro (mês da Consciência Negra), por volta das 20h. Um boletim de
ocorrência foi registrado no mesmo dia.
“O
gerente falou que só iria atender ao pedido dela mediante requisição policial.
Aí ela procurou a guarnição da polícia que estava próxima e os policiais foram
ao local para conversar com ele. O gerente negou e a PM, então, a levou para
registrar o boletim de ocorrência na delegacia”, disse o advogado Ivonei Ramos.
O
advogado foi procurado por Vitória na última sexta-feira (3), em busca de
orientações jurídicas. Ele informou que a mãe da vítima pretende ingressar com
uma ação indenizatória por danos morais e pelo crime de calúnia. “É uma
situação muito séria”, classificou Ramos.
Vitória
Dimas conta que tinha ido ao mercado justamente para comprar lanches para o
filho. Mas saiu de lá sem nada. Foi o próprio menino que, incomodado com a
situação, pediu à mãe para sair o mais rápido possível do estabelecimento.
OUTRO
LADO
Procurado pela reportagem do Metro1,
o Grupo Carrefour, empresa que administra o Atacadão, disse que "tomou
conhecimento do caso" e iniciou "rigorosa apuração interna e
está buscando contato com a cliente para qualquer tipo de suporte". A rede
disse ainda que "reitera o seu compromisso com políticas sérias de
diversidade e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação".
O Grupo Carrefour esteve envolvido em um caso grave de
racismo às vésperas do dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, em 2020. Foi em uma loja da rede, no Rio Grande do Sul, que João Alberto
Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado até a morte por
seguranças da loja.