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TCU encontra pagamentos indevidos do auxílio emergencial que superam R$
100 milhões
Segundo órgão, 76% dos erros eram de
pessoas com CPF irregular
Uma auditoria feita pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) analisou dados de pagamentos indevidos feitos
através do auxílio emergencial deste ano e encontrou cerca de R$ 100 milhões
pagos a beneficiários que não cumpriam com os requisitos do programa ou tinham
vínculo de emprego formal ativo. De acordo com a Corte, 350.086 beneficiários
receberam o benefício de forma indevida.
A fiscalização concluiu que 76% dos erros encontrados no mês de
julho foram de pagamentos do auxílio a beneficiários com indícios de CPF
irregular. No total, foram 39 milhões de beneficiários do programa, o
equivalente a R$ 35 bilhões de repasses.
De acordo com o relator do processo, ministro Bruno Dantas,
"os resultados advindos deste acompanhamento servem de complemento aos
trabalhos já realizados ou em andamento no TCU, sem prejuízo da possibilidade
de proposição de ações de controle e deliberações que mitiguem o risco de
pagamentos indevidos e que busquem aperfeiçoar os controles internos das
instituições fiscalizadas", disse.
Entre os critérios estipulados para receber o benefício, o
programa exigia que o candidato não tivesse vínculo forma com alguma empresa e
que a renda por pessoa fosse de até meio salário mínimo (R$ 550) em uma
família, com limite de renda mensal total de até três salários mínimos (R$ 3,3
mil).
Segundo o documento, os maiores valores pagos com indícios de
irregularidades foram: R$ 2 bilhões a quem possuía renda familiar acima do
limite; R$ 1,2 bilhão a agentes públicos estaduais, municipais e distritais; e
R$ 4 bilhões a pessoas empregadas. Outros R$ 2,9 bilhões foram destinados de
maneira imprópria por outras razões. O relatório também rastreou 74,5 mil
beneficiários mortos, que receberam R$ 139,6 milhões do auxílio naquele período
da pandemia. Até novembro, período analisado pelos técnicos, o governo havia transferido
R$ 215 bilhões do auxílio emergencial.