divulgação (Foto: Reprodução)
Com R$ 1,5 mi da
prefeitura, Martagão dará pontapé inicial em transplantes hepáticos
O Hospital Martagão Gesteira está
prestes a tirar do papel o projeto de realizar transplantes hepáticos
pediátricos. No estado, nenhuma unidade de saúde realiza o procedimento, o que
obriga as famílias de crianças com a necessidade do transplante de fígado a se
submeterem ao processo em outros estados. O plano vai ser viabilizado através
de um convênio firmado entre o Martagão e a prefeitura de Salvador, em que será
liberado um recurso de R$1,5 milhão do Fundo Municipal de Saúde.
A sinalização para o convênio e a
liberação do recurso foi dada pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM),
nesta segunda-feira (29), a Carlos Emanuel Melo, presidente da Liga Álvaro
Bahia, entidade mantenedora do Hospital Martagão Gesteira.
O recurso está sendo encarado
como a grande possibilidade do projeto “levantar voo”. De acordo com Carlos
Emanuel, o valor de R$ 1,5 milhão vai complementar o custeio de pelo menos 20
transplantes de fígado. Mas a expectativa é de que após esses primeiros
procedimentos, o Hospital consiga se estruturar e dar continuidade ao programa.
“Se nós realizarmos 20
transplantes ao longo de um ano e meio, isso é tempo suficiente para nós
ganharmos volume cirúrgico para diminuir o custo e perpetuar o programa. É como
se fosse uma incubadora do programa”, explicou o presidente da Liga Álvaro
Bahia.
Carlos Emanuel Melo é o presidente da Liga Álvaro Bahia, entidade mantenedora do Hospital Martagão Gesteira | Foto: Jade Coelho/Bahia Notícas
Carlos Emanuel sinaliza que o
recurso estava previsto na Lei Orçamentária de 2019 através de uma emenda
parlamentar do então deputado, agora Ministro da Cidadania, João Roma. “Hoje o recurso
já está no município e agora ele precisa ser repassado através de um convênio
entre a prefeitura e o Martagão”, esclareceu.
Segundo a Liga Álvaro Bahia, o
estado tem pelo menos 47 crianças aguardando para fazer o transplante hepático.
Diferente de outros tipos de
transplantes, o de fígado é inter vivo - isso significa que um doador vivo
fornece uma parte do órgão.
A equipe do Martagão está se
preparando para realizar este tipo de transplante há três anos, acrescentou
Carlos Emanuel. “Já são transplantadores de adulto, mas têm treinado em
crianças em São Paulo. São muitos treinamentos, desde anestesia, pessoal de
UTI, hepatologia, enfermagem, psicologia, nutrição, fisioterapia, uma equipe
muito grande, toda treinada, habilitada, já acompanhando em pré-transplante, já
acompanhando pós-transplante, faltando tão somente iniciar os procedimentos
cirúrgicos”, afirmou.
Depois que o projeto for
iniciado, o Martagão será o primeiro hospital baiano a realizar transplante de
fígado em pacientes pediátricos. Mas essa não será a primeira vez que a unidade
foi pioneira em um tipo de transplante. O primeiro caso na Bahia de transplante
de medula óssea em crianças e jovens na faixa etária de 0 a 14 anos pela rede
pública também aconteceu na unidade, que é um dos maiores hospitais
exclusivamente pediátricos do Norte e Nordeste.
O Hospital Martagão Gesteira é
100% SUS e tem atualmente 220 leitos e recebe mais de 80 mil pacientes por ano,
em mais de 500 mil atendimentos. A unidade atende em 28 especialidades médicas,
com destaque para áreas de alta complexidade, como oncologia, cardiologia e
neurologia.