divulgação (Foto: Glauber Guerra / Bahia Notícias)
Governo envia
projetos à AL-BA para alienação de imóveis que foram barrados na Justiça
O governador Rui Costa (PT) reenviou para a
Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) o pedido para que a Casa coloque em
pauta a avaliação de Projetos de Lei que pretendem alienar vários imóveis em
Salvador. As solicitações foram publicadas na edição de sábado (20) do Diário
Oficial do Legislativo (DOL).
O chefe do Executivo baiano enviou mensagem ao
Legislativo solicitando, com regime de urgência, a apreciação dos deputados
para a venda dos seguintes equipamentos: o prédio que abriga o antigo
Centro de Convenções, no bairro Jardim Armação; o Terminal Rodoviário de
Salvador e o Detran, localizados no bairro de Pernambués e o prédio da
antiga Junta Médica da Bahia, em Armação.
O governo justifica que três dos imóveis
em questão “vêm representando dispêndio ao erário público, pois desocupada e
ociosa gera despesas ao Estado com manutenção e segurança”. Em relação a
rodoviária, o argumento é de que já existe projeto em execução de
realocação do Terminal Rodoviário, que será instalado em Águas Claras.
Ainda conforme o publicado no DOL, a
administração estadual informa que “a alienação será realizada mediante
licitação na modalidade de leilão, processo dotado de transparência e lisura, e
propiciará ao Estado a captação de recursos superior ao esperado, a serem
aplicados na capitalização do Fundo Financeiro da Previdência Social dos
Servidores Públicos do Estado da Bahia (Funprev) e em outros investimentos”.
Em abril, o governo enviou à AL-BA o Projeto
de Lei nº 24.160/2021 que previa a venda de 27 imóveis públicos na capital e
interior (lembre aqui). Porém,
em junho, o desembargador Paulo Alberto Chenaud, atendendo a solicitação do
deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), suspendeu a tramitação do projeto na
Assembleia.
No pedido, o parlamentar argumentou que não
havia no PL dados importantes como mapas, localização, perímetro, metros quadrados,
valor de mercado e outras informações “de fundamental importância” para
subsidiar a decisão. No início de outubro, Rui pediu a retirada do projeto da
pauta (lembre aqui).
O psolista disse ao Bahia Notícias que a
estratégia do governo foi de “fatiar” a proposta em vários projetos, com
atenção aos imóveis com maior valor. Na avaliação do parlamentar, o
Executivo fez pequenas mudanças, que segundo ele, não atendem as
determinações do Ministério Público.
“Nesse caso suscitam as mesmas dúvidas do
projeto anterior. Eles não mandaram o projeto com o georreferenciamento, ou
seja, ainda existe uma imprecisão muito grande em relação ao que de fato é esse
imóvel, até onde eles vão, até onde eles adentram nas comunidades ao
redor", detalhou o deputado ao BN.
Ainda segundo Hilton, a tendência é que o seu
mandato entre novamente com uma ação na Justiça para tentar barrar a tramitação
do projeto. “O governo adotou o mesmo caminho que vinha adotando, sem discussão
com a sociedade. O Ministério Público indicou que mesmo com uma ampla discussão
fossem feitas audiências públicas sobre cada imóvel, particularmente, algo que
não aconteceu e o governo ainda mandou o projeto com pedido de urgência.
Estamos fazendo a análise, mas dificilmente não vamos adotar as mesmas
respostas”, adiantou.
Procurada pela reportagem, o governo do estado
não se pronunciou.