divulgação (Foto: Aurivalter Júnior, Keila Xavier (gestora do BN Autos) e Iuri Osbi|Foto: BN Autos)
Para enfrentar
pandemia, Grupo GNC digitalizou 100% do processo de compra
A pandemia do coronavírus impactou diversos setores, afetando inclusive
a paralisação de fábricas de automóveis, além da redução na produção de
veículos por falta de componentes. O caso do Grupo GNC parece não ter seguido
completamente essa lógica. Mesmo diante das dificuldades impostas pela crise
sanitária, o grupo baiano conseguiu desenvolver processos de trabalho e
investiu na melhoria da relação direta com os consumidores, permitindo que a
compra possa ocorrer de forma 100% digital.
Em conversa com o BN Autos, Aurivalter Júnior, diretor da Haus, Lexus,
Volvo e Mini, subsidiárias do grupo, e Iuri Osbi, gerente comercial da
companhia, admitiram que o grande desafio da empresa foi manter o
relacionamento com o cliente sem o contato presencial.
“Hoje o cliente não precisa vir na loja para absolutamente nada. Através
de um link que ele recebe no celular dele, faz avaliação do carro, que a gente
recebe e precifica”, explicou Aurivalter.
O Grupo GNC, que sentiu mais o efeito da pandemia durante meados de
2020, também utilizou da tecnologia como principal ferramenta para realizar
suas atividades de forma digital.
“A pandemia intensificou esse processo, até pelo comportamento de
vanguarda. [...] O grupo sempre buscou ter a melhor tecnologia para auxiliar na
operação, no atendimento ao cliente, para oferecer a conveniência e a pandemia
acabou acelerando muito esse processo”, afirmou Osbi.
Aurivalter e Iuri relataram também os projetos futuros da companhia
envolvendo tecnologia e sustentabilidade. Confira:
Mini Cooper S elétrico | Foto: BN Autos
A GNC é um grupo nordestino conhecido como um dos maiores do Brasil no
segmento de automóveis, uma referência no país em revenda de marcas exclusivas.
Como iniciou a trajetória da companhia no ramo de automóveis?
Aurivalter - O grupo começou de fato há 30 anos. Começou com Chevrolet, em
Vitória da Conquista, e de lá o grupo sempre vanguardista, muito focado em
performance, em representar bem as marcas das quais a gente é franqueado, já se
destacava. O grupo sempre foi muito movido a desafios, então quando tinha
problema de performance baixa, a Chevrolet, montadora muito ligada para o
Market Share, convidava o grupo para o desafio. O primeiro desafio: “vocês vão
abrir de Conquista para Fortaleza”. Então o grupo chegou em Fortaleza (CE) e
arrebentou. Reverteu o mercado de Chevrolet em Fortaleza. De lá vieram para
Salvador, com a chegada da Grande Bahia, e daí, Minas, Pará. Hoje são 34 lojas
com 10 marcas que o grupo tem.
Entre as regiões que o Grupo GNC possui concessionárias, qual você
classificaria como peça-chave para o mercado de automóveis?
Aurivalter - O que existe é que, em tamanho de mercado, Minas é maior, mas em termos
de representatividade para o grupo, Bahia, Minas e Ceará, depois vem Pará e
Alagoas. A Bahia de fato tem uma representatividade muito grande, aqui a gente
tem uma performance com a Terra Forte com três operações e se destaca no
cenário nacional.
Como você avalia o cenário do varejo de automóveis na Bahia?
Aurivalter - Falando especificamente do negócio premium, na Bahia, a BMW é líder de
vendas, e tem um desempenho de share acima do nacional. Então a Haus entrega
uma performance acima do nacional tanto em número de vendas, quanto no segmento
“M”, que é a divisão de alta performance da BMW. Ela também entrega uma
performance acima do nacional no segmento dos veículos eletrificados, alta
performance nas notas de qualidade... Então, de fato, a gente é líder [na
Bahia], acredito que com o dobro de vendas do segundo. Há mais de três anos uma
liderança que vem mês a mês, e nenhuma marca chegou a essa liderança.
Foto: Divulgação / Amaral Alves Engenharia
Como o Grupo GNC lidou com a pandemia e qual foi o desempenho da
companhia nesse período?
Aurivalter - O grande desafio da pandemia foi a gente manter o relacionamento com o
cliente sem precisar que ele viesse aqui. As marcas premium, de luxo, têm um
histórico de se relacionar com o cliente, ele já tem nossa carteira. Então qual
foi o grande diferencial do grupo? A gente digitalizou muito rápido. Hoje o cliente
não precisa vir na loja para absolutamente nada. Através de um link que ele
recebe no celular dele, faz avaliação do carro, que a gente recebe e precifica.
Hoje o cliente também não precisa vir na loja para assinar nenhum documento,
ele recebe o link, recebe certificado digital, faz as assinaturas...
Esse “boom” da tecnologia aconteceu apenas durante a pandemia de
Covid-19?
Iuri - A pandemia intensificou esse processo, até pelo comportamento de
vanguarda. Como Aurivalter disse, o grupo sempre buscou ter a melhor tecnologia
para auxiliar na operação, no atendimento ao cliente, para oferecer a
conveniência, e a pandemia acabou acelerando muito esse processo porque nós
fomos obrigados de maneira muito rápida a entender qual seria a melhor maneira
de manter esse relacionamento, de manter o vínculo com o cliente e soluções que
esse cenário novo nos demandou. Basicamente, a evolução acelerada no processo
digital, a forma de falar, de demonstrar, de chegar até o cliente, de concluir
os processos, isso tudo evoluiu muito rápido e nos ajudou muito na performance.
Algumas fábricas tiveram que suspender suas operações diante da crise
sanitária, por diversos fatores, inclusive falta de matéria-prima. Nesse
período, como ficou a situação de estoque da companhia? Houve algum desafio?
Iuri - Houve um impacto mais forte a partir de julho e agosto, que foi quando
as fábricas pararam na Europa e a gente começou a sofrer sim com as faltas de
produtos. Mas a BMW se organizou muito bem para isso. A gente teve que se
adaptar, a demanda inicialmente diminuiu um pouco e a gente acabou trabalhando
de forma ordenada, sempre orquestrado pela BMW em relação ao que vinha
chegando.
Aurivalter - A BMW foi uma empresa que sentiu menos porque ela tem fábrica no Brasil,
então ela produz os modelos 320, X1, X3 e X4 no Brasil. Acho que a maior
dificuldade dela [BMW] foi no momento no auge em que ela tinha que, por
exemplo, disputar transporte de navio com container de vacina. Então a gente
começou a sentir. O avião trazia vacina ou peça de carro? Então existiu um
momento em que um dos modelos importados vinha de alguma fábrica lá fora e a
fábrica tinha fechado.
O Grupo GNC implementou painéis solares em cinco concessionárias na
Bahia. Como se deu esse projeto sustentável?
Aurivalter - A gente entende, pegando um pouco da deixa, [no caso das] marcas Volvo,
Lexus, BMW… quando um cliente vai investir um determinado valor em um produto
de valor agregado elevado, se por trás disso há um grupo sólido, é uma
combinação explosiva. É isso que o grupo GNC faz. Somos um grupo que tem
valores muito sólidos, preocupação com nossos funcionários, em representar bem
a marca e preocupação com futuro. E não tem como falar de futuro sem falar de
meio ambiente.
É uma meta do grupo que, das 34 lojas, até o final de 2022, todas as
lojas que sejam prédios próprios - hoje 85% das nossas instalações são prédios
próprios -, estejam gerando a própria energia. Através de painéis solares a
gente está conseguindo produzir energia suficiente para operar o nosso negócio.
A gente começou aqui com a Bahia, então hoje você já tem esse complexo Haus,
Chevrolet e Volvo gerando a própria energia. Com certeza até o final de 2022
todas as nossas operações estarão produzindo a própria energia, investimento
que a gente entende que seja significativo, uma forma de entregar de volta tudo
que a gente recebe, com respeito ao meio ambiente.