divulgação (Foto: Pix é o pagamento instantâneo brasileiro. O meio de pagamento criado pelo Banco Central (BC) em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. É prático, ráp)
BC cria nova faixa de horário para limite noturno
de R$ 1.000 no Pix
Antes, o BC havia estabelecido que o
período noturno fosse de 20h às 6h, mas com possibilidade de ajuste por parte
do usuário
O Banco
Central criou, em norma publicada na sexta-feira (19), uma nova faixa de
horário para o período noturno no Pix e outros canais digitais de transferência
entre pessoas, quando o limite padrão deve ser de R$ 1.000. Com a mudança, o
cliente poderá escolher entre 20h às 6h, que é o padrão, e 22h às 6h. Todas as
instituições participantes do Pix deverão incluir a nova faixa de horário até
29 de julho de 2022.
Antes, o BC havia estabelecido que o período
noturno fosse de 20h às 6h, mas com possibilidade de ajuste por parte do
usuário. Agora, ele pode escolher apenas entre as duas faixas de horário. A
mudança foi feita para facilitar a operacionalização das faixas de horário.
O valor do limite noturno ainda pode ser modificado
pelo cliente, tanto para cima quanto para baixo, conforme sua necessidade, mas
não por iniciativa do banco. Como padrão, todos que abrirem conta em uma
instituição financeira terão R$ 1.000 para operações entre 20h e 6h
inicialmente.
A medida, que entrou em vigor em 4 de outubro,
também vale para TED (Transferência Eletrônica Disponível) e cartão de débito
quando utilizado para fazer transferência, com o WhatsApp Pay, por exemplo. O
objetivo é aumentar a segurança e reduzir a vulnerabilidade dos sistemas às
ações de criminosos.
Em operações realizadas durante o dia, permanece a
regra de que o limite oferecido para o Pix tem que ser o mesmo da TED, também
podendo ser modificado pelo cliente. Além do limite noturno, em setembro o BC
estabeleceu o prazo mínimo de 24 horas para a efetivação de pedido do usuário,
feito por canal digital, para aumento de limites de transações com Pix, TED,
DOC (Documento de Ordem de Crédito), transferências interbancárias, boleto e
cartão de débito.
Dessa forma, se o cliente pede aumento de limite, o
banco só pode liberar a mudança no outro dia. A autarquia afirmou que a medida
visa impedir a elevação imediata do valor em situação de risco. Depois do
lançamento do Pix, em novembro do ano passado, criminosos têm tirado vantagem
da facilidade e da rapidez do sistema de pagamentos instantâneos para aplicar
golpes ou para pedir que a vítima transfira grandes quantias durante roubos ou
sequestros.
Bandidos costumam usar as chamadas contas de
laranjas, que são alugadas ou emprestadas, para receber o dinheiro, além de
pulverizá-lo para outras, o que dificulta o rastreio da polícia para reaver os
valores e desarticular as quadrilhas.
Para aumentar a segurança em operações com o Pix, o BC anunciou uma série de
mudanças nas regras do sistema de pagamentos.
No aniversário do Pix, na última terça-feira (16),
o sistema passou a contar também com outras medidas de segurança. Começou a
valer o mecanismo especial de devolução, que permite que o banco estorne
valores para a conta do pagador em casos de fraude ou falha operacional.
O retorno de recursos poderá ser solicitada tanto
pela instituição do recebedor quanto por quem pagou. Segundo a autarquia, o objetivo
é acelerar o processo de estorno quando houver fraude e ou falha. A transação
constará do extrato das movimentações. Além disso, entram em vigor nesta terça
também a possibilidade de o banco reter uma operação suspeita no Pix por até
72h para análise e a obrigatoriedade da notificação de infração, que antes era
facultativa.
A notificação funciona como uma marcação na chave
Pix feita pelo banco, no CPF ou CNPJ do usuário e no número da conta, quando é
constatada a fraude. Essas informações serão compartilhadas com as demais
instituições sempre que houver uma consulta. Com isso, o BC espera que as
contas de laranjas possam ser identificadas.