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Associação aponta que tarifa do ônibus pode aumentar 50% em 2022 no
Brasil devido a omissão do governo federal
Segundo NTU, prejuízos acumulados
pelas empresas do setor e pelos poderes públicos, em todo o país, já superaram
os R$ 21 bi
Um levantamento feito pela Associação Nacional das Empresas de
Transportes Urbanos (NTU) apontou que as omissões do governo federal quanto a
adoção de medidas junto setor podem fazer com que as tarifas de ônibus, em
2022, tenham um aumento de 50%, já a partir de janeiro.
Outro dado alarmante da pesquisa aponta que os prejuízos acumulados
pelas empresas que operam os seviços de transporte público por ônibus urbano,
em todo o país, e pelos poderes públicos concedentes já alcançam R$ 21,37
bilhões desde março do ano passado.
De acordo com a Associção, o cenário foi decorrente da queda do número
de passageiros e da obrigatoriedade de manutenção da oferta para garantir o
distanciamento social devido à pandemia da Covid-19.
Esse prejuízo já fez com que 52 empresas suspendessem a prestação dos
serviços ou permanecessem sob intervenção ou recuperação judicial, até o
momento.
Salários
Conforme a NTU, a renovação coincide com as datas-base de motoristas e
cobradores, que ocorrem anualmente entre janeiro e maio. Como os salários
desses profissionais - que respondem por 48,8% em média, dos custos das
empresas - estão pressionados pela inflação descontrolada, que já acumula
10,25% nos últimos 12 meses, o setor prevê forte pressão por reajustes
salariais, num momento em que as empresas estão descapitalizadas e sem caixa
para fazer frente às obrigações.
De janeiro de 2020 a setembro de 2021 houve perda de 87.497 postos de
trabalho no segmento de transporte público de passageiros e o registro de 333
movimentos grevistas, protestos e/ou manifestações que ocasionaram a
interrupção da oferta de serviços em 98 sistemas de transporte público por
ônibus em todo o país, quadro que vai se agravar no próximo ano se não forem
tomadas as devidas providências pelo poder público.
Ao custo da mão de obra deve ser acrescentado ainda o óleo diesel, que é
o segundo item que mais pesa na operação das empresas e responde por 26,6% em
média, do custo do transporte público coletivo. Este ano, o diesel já acumula a
absurda alta de 65% no preço.