divulgação (Foto: Jose Cruz / Agência Brasil)
Novo
secretário descarta Plano B para Auxílio Brasil de R$ 400
Elevação
do teto permitirá sobra de R$ 10 bilhões em 2022
A equipe econômica não tem um plano alternativo para
viabilizar o Auxílio Brasil, com benefício mínimo de R$ 400 por família, caso a
proposta de emenda à Constituição (PEC) que parcela os precatórios não seja
aprovada pelo Congresso, disse hoje (29) o novo secretário especial do Tesouro
e Orçamento, Esteves Colnago. Ele afirmou que o Ministério da Economia não
trabalha com a decretação de um estado de calamidade pública para executar
recursos fora do teto de gastos.
“O
Ministério da Economia não trabalha com outra opção que não seja discussão do
texto da PEC dos Precatórios”, disse Colnago, na primeira entrevista coletiva
depois de assumir o cargo. Ele respondeu a uma pergunta sobre uma eventual
decretação de calamidade pública para abrir brecha para a edição de créditos
extraordinários, que por definição estão fora do teto de gastos, nos Orçamentos
de 2021 e 2022.
Tanto em
2020 como neste ano, os créditos extraordinários foram usados para bancar o
auxílio emergencial e financiar outras medidas de enfrentamento à pandemia de
covid-19. Colnago tomou posse como secretário do Tesouro nesta semana, após a
renúncia de Bruno Funchal, que pôs o cargo à disposição, junto com três
secretários, por não concordar com a proposta da PEC de flexibilizar o teto de
gastos.
Em relação
à folga de R$ 91,6 bilhões no teto de gastos em 2022 a ser aberta caso a PEC
dos Precatórios seja aprovada, Colnago disse que sobrarão R$ 10 bilhões para
recursos livres. Segundo o secretário, do espaço fiscal total a ser aberto: R$
50 bilhões financiarão o benefício de R$ 400 do Auxílio Brasil e R$ 24 bilhões
serão irão para a Previdência Social para garantir a reposição da inflação mais
alta para aposentadorias, pensões e demais benefícios.
Com o fim
do auxílio emergencial, que deixará de ser pago no domingo (31), cerca de 29
milhões de trabalhadores informais não inscritos no Bolsa Família deixarão de
receber o benefício e não serão migradas para o Auxílio Brasil. Segundo
Colnago, não cabe ao Ministério da Economia avaliar o impacto do fim do benefício
para essas famílias. “Essa política é do Ministério da Cidadania”, rebateu.