divulgação (Foto: Reprodução)
Defensoria
Pública garante assistência aos familiares de jovem vítima de feminicídio
A Defensoria Pública do Estado da Bahia
(DPE-BA) anunciou, nesta segunda-feira (25), que prestará assistência jurídica
aos familiares de Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, morta com um tiro
disparado pelo seu namorado, em Salvador, no último dia 17 de outubro (reveja).
De acordo com o anúncio, a atuação tem por
base a Lei Maria da Penha (11.340/2006), a qual criou mecanismos para coibir e
prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Nela, também foi
reconhecida à vítima de violência doméstica e familiar uma série de direitos
relacionados à participação no processo penal.
Em dezembro de 2020, a Defensoria Pública do
Estado da Bahia assinou um protocolo de compromisso de enfrentamento ao
feminicídio no estado, no qual ficou determinado que a DPE/BA irá acompanhar os
casos de violência contra a mulher no tribunal do júri.
A coordenadora da Especializada de Direitos
Humanos, Lívia Almeida, explica que a atuação não é com o objetivo da
condenação do namorado de Kezia, papel que será feito pelo Ministério Público,
mas sim para que a vítima e sua família tenham suas vozes respeitadas no
processo. “Vamos participar de todos os atos do processo, para que os
depoimentos sejam colhidos de forma a que se respeite a dignidade da vítima”,
afirma Lívia Almeida.
“A atuação da Defensoria também visa evitar
julgamentos e manifestações preconceituosas contra a vítima durante o processo
ou sugestões de que Kezia Stefany deu causa ou tem alguma responsabilidade
sobre o crime de feminicídio que ela mesma sofreu”, complementa a subdefensora
pública geral, Firmiane Venâncio.
“Atuamos para evitar que haja esse tipo de
pré-julgamento, que reforça determinados estereótipos desse padrão patriarcal
de que as mulheres são culpadas pelos crimes de feminicídios que elas mesmas
sofreram. É um tipo de crime que poderia ser evitado se nós não tivéssemos uma
sociedade que fosse tão machista e patriarcal, e que ainda insiste em manter
esse modelo vigorante”, analisa Firmiane.