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Diretor de
“007 – Sem Tempo Para Morrer” é acusado de abuso por figurante
O diretor Cary Joji Fukunaga, que assina “007 – Sem
Tempo Para Morrer”, foi acusado de abuso moral por uma figurante, que ele teria
demitido em 2014, durante a 1ª temporada de “True Detective”, por se recusar a
tirar a roupa.
Em denúncia publicada pelo site Daily Beast, Raeden
Greer diz que foi escalada para atuar na produção da HBO num pequeno papel ao
lado do astro Woody Harrelson. Sem aviso prévio ou cláusula em seu contrato que
especificasse nudez, ela afirma ter sido pressionada por Fukunaga para atuar
com os seios à mostra e, após se recusar, foi demitida.
Greer afirma que resolveu acusar o diretor após ler
uma entrevista que ele deu deu ao site The Hollywood Reporter, na qual
enalteceu “007 – Sem Tempo Para Morrer” por atualizar James Bond para uma era
“pós-Me Too”. Na entrevista, o cineasta ainda comentou que os filmes iniciais
do personagem, protagonizados por Sean Connery, o apresentavam como um
estuprador.
Ela ficou passada com esse
discurso, pois não reflete como foi tratada no set de “True Detective”. De
acordo com a atriz, sua recusa em gravar a cena de topless deu início a uma
discussão de 10 minutos com o diretor, que teria tentado convencê-la a
concordar com a nudez. Quando ela deixou clara sua recusa absoluta, foi enviada
de volta para casa, mas não antes de ver seu papel ser entregue a uma figurante
sem experiência em atuação, mas que aceitou ficar nua.
Ainda segundo a atriz, ela sabia que interpretaria uma dançarina
exótica na série, mas foi informada que a maioria de suas cenas aconteceriam no
camarim e dada a ausência de uma cláusula de nudez no contrato, não esperava
ser forçada a tirar as roupas nas gravações. Quando chegou a hora da cena,
entretanto, Fukunaga insistiu para que ela ficasse com os seios à mostra. “Cary
disse para mim nesse momento: ‘Todo mundo nessa série fica de topless. Todas as
mulheres na série ficam de topless. Sua personagem é uma stripper, então você
tem de ficar nua”.
“Então si, foi degradante. Foi humilhante e me fez me sentir
péssima. Assim que eu entrei no meu carro, comecei a chorar e liguei para a
minha agente para saber o que tinha acontecido e ela mal podia acreditar”,
adicionou Greer.
“Foi devastador. Eu me senti mal”, continuou a atriz, que também
atuou em papéis pequenos em “American Horror Story” e “Magic Mike XXL”. “Você
não pode tratar pessoas como se tudo que elas fossem um par de peitos. Isso
machuca. E agora Cary está aí falando sobre personagens femininos — é como
outro tapa na cara, de novo e de novo e de novo. Sim, ele teve uma carreira
ilustre; a série foi um divisor de águas para ele. E o que aconteceu comigo?
Ninguém se importa”.
Nem Fukunaga nem a HBO, que produziu “True Detective”,
comentaram a denúncia.