divulgação (Foto: Jerônimo Rodrigues | Foto: Bahia Notícias)
Secretário
rebate pesquisa que aponta queda de investimento em educação na Bahia
Após um levantamento apontar queda de 5,5% nos
investimentos com a Educação na Bahia entre 2019 e 2021, o secretário Jerônimo
Rodrigues rebateu o número ao dizer que o estudo "não diz respeito a
liquidação de pagamento". Os dados são de um grupo ligado à Rede de
Pesquisa Solidária e foram publicados pelo jornal Folha de S.Paulo (leia mais aqui).
"O modelo que fez o estudo não diz
respeito a liquidação de pagamento. Vou pegar um exemplo: nós estamos com uma
deficiência na Bahia de ônibus escolares, a frota precisa ser renovada. A gente
colou na ata do FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação], de 1.200
ônibus a Bahia comprou 600. A empresa que ganhou do MEC foi a Mercedes Benz, a
gente foi na empresa ver se tinham condições de nos entregar esse ano ainda
pelo menos 300 ônibus, disse que não tinha. E a gente está aguardando dizer
quantos serão entregues esse ano e quantos ano que vem, mas o recurso já está
empenhado, não é falta de planejamento do governo do estado", disse o
titular da SEC.
"Compramos 12 mil computadores, mas não
chegam porque falta placa, falta montagem. Aí o estudo feito pela Folha não
considerou isso, e se você for ver a posição da Bahia está na frente de
diversos estados inclusive São Paulo. Agora, cobrar dos estados como um todo
uma posição que nós deveríamos ter investido nessa época de pandemia... todos
nós lembramos o que aconteceu na pandemia no início. Não tinha cimento, não
tinha ferro", acrescentou.
A publicação da Folha aponta, ainda, que
apesar da redução dos gastos com a educação, a Bahia teve um acréscimo de 19,8%
na arrecadação do ICMS no mesmo período analisado. O levantamento sugere que a
maioria dos governos estaduais deixou a educação em segundo plano, aproveitando
o período de suspensão das aulas presenciais para economizar dinheiro em caixa,
em vez de investir na reforma de escolas.
Conforme a Rede de Pesquisa Solidária,
recursos repassados pelo governo federal em 2020 permitiram que os estados
compensassem as perdas de arrecadação com a primeira onda da Covid-19 e a crise
econômica. Em 2021, as receitas aumentaram com a alta dos combustíveis e contas
de luz.
Sobre o investimento mínimo a ser aplicado em
educação - a Constituição Federal determina que estados apliquem 25% das
receitas com impostos - Jerônimo afirma que o valor está sendo gasto. "Os
25% do orçamento estão sendo gastos, e os 25% não tem um valor [definido], o
valor é em função da receita. É 25% da receita. Então o governo que não fizer
isso fica inelegível, e ninguém quer isso", finalizou o secretário.