divulgação (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress )
Queiroga compara máscaras a preservativos ao criticar uso obrigatório
O ministro Marcelo Queiroga criticou nesta sexta (8) a obrigatoriedade
no uso das máscaras para combater a transmissão do coronavírus. Em evento no
Piauí, Queiroga, que é médico, afirmou considerar ineficazes as leis que
obrigam o uso do equipamentos de proteção.
"Tem que acabar com essa narrativa. O nosso
problema não é máscara. A gente tem é que desmascarar determinadas pessoas aí,
que ficam com narrativas que não se sustentam", disse o ministro.
Em seguida, para justificar o seu ponto de vista,
o ministro fez uma comparação do uso de máscara com o de preservativos.
"Preservativos diminuem doenças sexualmente transmissíveis, mas vou fazer
uma lei para obrigar as pessoas a usá-los? Imagina."
Não é a primeira vez que o ministro se diz
contrário à obrigatoriedade do uso das máscaras. Durante entrevista em agosto
ao Terça Livre, canal bolsonarista investigado por disseminar fake news, ele afirmou não concordar com a legislação que
obriga o uso do utensílio.
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diz Rui Costa sobre desobrigação do uso de máscaras
"O Brasil tem muitas leis e as pessoas,
infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de
conscientização."
Especialistas, no entanto, afirmam que a
obrigatoriedade do uso das máscaras é essencial para conter a transmissão do
coronavírus. Uma pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA
expôs 139 pessoas a dois cabeleireiros infectados pela coronavírus. Todas os
participantes da pesquisa usaram máscara. Como resultado, nenhuma delas
contraiu o vírus.
Apesar dos benefícios do uso da máscara, o governo
Bolsonaro tenta desestimular o uso da peça. Em junho, o mandatário disse que
Queiroga preparava um parecer para desobrigar o uso de máscara por quem já foi
vacinado contra a Covid ou quem já se infectou com o vírus.
No entanto, mesmo pessoas vacinadas ou que já
tenham sido infectadas podem transmitir o Sars-CoV-2. Além de criticar a
obrigatoriedade no uso de máscaras, Bolsonaro também já investiu contra as
medidas de isolamento social. Em maio, ele acionou o Supremo para derrubar as
medidas restritivas adotadas no Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraná. O ministro Barroso, porém, negou o pedido, argumentando que os estados e
munícipios têm a prerrogativa para adotar as determinações.