divulgação (Foto: Gabriel Lyon/ MDS)
Governo cobra mais de R$ 17 milhões de recebimentos indevidos do
Bolsa Família
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que programas
sociais, como o Bolsa Família, serão passados “a limpo”
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e
Combate à Fome (MDS) tem cobrado mais de R$ 17,2 milhões pelo recebimento
indevido do Bolsa Família em todo o Brasil. Segundo dados obtidos pelo portal
Metrópoles, são valores dos recursos financeiros que o órgão busca ressarcir
desde 2006 e inclui também o período referente a implementação do Auxílio
Brasil.
Atualmente, o programa contempla mensalmente cerca de 20 milhões
de famílias em todos os 5.570 municípios do país. O custo para isso gira em
torno de R$ 14 bilhões. Na divisão por unidades federativas, o maior número de
beneficiados está em São Paulo. São mais de 2,5 milhões de famílias
beneficiárias no estado, a partir de um aporte federal de R$ 1,67 bilhão. A
Bahia aparece na sequência, com 2,47 milhões de contemplados.
Segundo a Lei nº 14.601/2023, o responsável que prestar
informação falsa no CadÚnico, ao registrar seus dados para participar do Bolsa
Família, deve ressarcir os valores recebidos a título de benefícios financeiros
do programa. Além disso, para integrar o programa, a principal regra é que
a família tenha renda mensal de até R$ 218 por pessoa.
Conforme dados do Ministério da Cidadania, divulgados na
plataforma Vis Data, houve mais de 1,3 milhão de ocorrências de descumprimento
dessas condições em todo o país neste ano. A grande maioria das situações gerou
apenas advertências. No entanto, pelas infrações cometidas, foram 192 mil
suspensões de benefícios e 297 mil bloqueios temporários.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou, no final
de novembro, que programas sociais, como o Bolsa Família, serão passados “a
limpo” para garantir que aqueles que tenham direito não sejam prejudicados por
fraudes em cadastros. Segundo ele, “tem muita incompatibilidade que precisa ser
corrigida”.
“Algumas coisas que funcionaram vão ser extrapoladas, como é o
caso da biometria e do recadastramento que será antecipado em virtude do que
foi encontrado nesses últimos seis meses. É muito claro para nós que vamos ter
de passar a limpo, num prazo menor do que anunciado em julho, o conjunto de
medidas saneadoras dos cadastros dos grandes programas sociais”, destacou o
ministro.