divulgação (Foto: Metropress/Filipe Luiz)
Inmet descarta possibilidade de ciclone na Bahia
neste final de semana
Apesar de ter a possibilidade do ciclone descartada neste final de
semana, em algum outro momento, algo parecido com o que aconteceu em São Paulo
pode ser registrado em Salvador
A notícia de um possível ciclone extratropical atingindo a Bahia
entre os próximos sábado (23) e domingo (24) tem preocupado baianos,
principalmente após os temporais registrados em São Paulo, mês de outubro,
quando milhares de residências ficaram ao menos três dias sem energia elétrica.
A meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), descarta essa possibilidade de formação de um ciclone, porém
revela que a Bahia já começa a ver os primeiros sinais de chuva a partir desta
sexta-feira (22).
Segundo a meteorologista, o que vai acontecer é, na
verdade, o posicionamento de uma frente fria sobre o oceano que está
organizando esse corredor de umidade sobre a Bahia.Ele vai gerar chuva em todo
o estado, mas a mais significativa será nas regiões oeste, vale do São
Francisco e sul do estado. Para sábado, a previsão, segundo o Inmet, é de
muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas, além de ventos fracos
e moderados, com rajadas.
Temporais
na Bahia
Apesar de ter a possibilidade do ciclone descartada neste final
de semana e de temporais mais intensos serem comuns na região sul da Bahia,
Cláudia Valéria destaca que, em algum outro momento, algo parecido com o que
aconteceu em São Paulo pode ser registrado em Salvador.
“Foi uma linha de instabilidade que se formou na região [de São
Paulo] e provocou uma chuva de grande potencial. Isso pode acontecer em
qualquer parte do nosso país, inclusive aqui na Bahia”, declara a
meteorologista Cláudia Valéria. Em Salvador, há e continuarão havendo sistemas
com chuvas intensas, descargas elétricas e ventos fortes, mas com menos
frequência do que se ocorre no sul do país e na região Sudeste. De acordo com a
meteorologista, os fenômenos meteorológicos se dão por uma série de sistemas,
incluindo posicionamento geográfico, diferenças de temperatura, pressão e
outros fatores que não existem historicamente na Região Nordeste do Brasil.
No entanto, na Bahia, por sistemas de baixa pressão, as regiões
do litoral sul e extremo sul baiano, como Ilhéus, sofrem com mais fenômenos
como ciclones, chuvas e ventos intensos, que podem originar os alagamentos e os
deslizamentos que ocorrem periodicamente nas regiões.
Em caso
de emergência
O corte do fornecimento de energia é uma das preocupações
recorrentes quando se fala desses fenômenos. Em nota, a Neoenergia Coelba diz
que “está preparada para estes cenários” e ainda declara que, quando há
previsão de emergência, um plano operativo com reforço de profissionais e
monitoramento em tempo real é feito. Apesar da declaração, apenas 6% da fiação
na cidade é aterrada, o que, com forte ventania e precipitações, ainda pode
gerar riscos de eletrocussão e apagões. O fornecimento de água também se torna
uma preocupação. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) explica que,
na ocorrência de temporal intenso que gere interrupção da energia elétrica, “as
máquinas param, impedindo a captação, bombeamento, tratamento e distribuição da
água”. Segundo a Embasa, o abastecimento de água precisa de mais tempo para
normalizar, pois leva em conta os quilômetros que a água precisa percorrer,
passando por reservatórios e tubulações até chegar nos imóveis.