Divulgação (Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR)
PGR pede arquivamento de inquérito que acusa senadores de
corrupção
Órgão diz que não há provas suficientes contra os 2 senadores
O procurador-geral da República, Paulo
Gonet, pediu o arquivamento de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal
Federal (STF) contra os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga
(MDB-AM), além do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR).
A investigação apura pagamento
de propina por parte do grupo farmacêutico Hypermarcas (atual Hypera Pharma)
aos políticos, entre 2013 e 2015, em troca de um suposto favorecimento em
votações no Senado Federal. Gonet alega que a hipótese criminal sustentada pela
Polícia Federal (PF), de que os parlamentares teriam recebido propina para
atuar junto à Anvisa a favor da Hypermarcas, baseia-se somente em delações premiadas
e em “ouvir dizer”, mesmo depois de “exaustivas medidas cautelares destinadas a
angariar novas evidências”.
Calheiros e Braga têm mandato
no Senado até o fim de 2026, por isso, os casos tramitam na PGR. O ex-senador
Romero Jucá (MDB-RR) também foi indiciado pela PF, portanto, a investigação
corre em 1ª instância, visto que ele não possui foro privilegiado por ter
perdido as eleições em 2018 e 2022.
Gonet afirma que, de fato, há
indícios de notas fiscais falsas emitidas pela Hypermarcas e suas subsidiárias
em favor de empresas vinculadas a Milton Lyra Filho, apontado como lobista do
MDB e operador do esquema investigado. Porém, segundo o procurador-geral, não
foi possível comprovar o envolvimento de Renan, Braga e Jucá nas
irregularidades.
O
caso tramita há 6 anos sob sigilo. A investigação começou como um desdobramento
da Lava Jato em 2018. O parecer será examinado pelo relator da investigação na
Corte, o ministro Edson Fachin.