Brasil
Publicada em 29/07/24 às 21:54h - 8 visualizações
*Em Salvador, famílias são capacitadas para continuar reabilitação de pacientes em casa* https://www.radiombfm.com.br
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Divulgação (Foto: Anderson Sotero - Assessor de imprensa)
*Em Salvador, famílias são capacitadas para
continuar reabilitação de pacientes em casa*
A dona de casa Cristiane Pereira, 42, se assustou
quando o marido, Aécio Almeida, 39, mal conseguia mexer as pernas. “Ele sempre
teve dor de coluna. Tomava remédio, mas, de repente, se transformou numa dor
que não passava até que teve paralisia nas pernas”.
Após uma cirurgia de coluna, Aécio ficou internado
por 30 dias na Clínica Florence para reabilitação com fisioterapia. Lá,
Cristiane pôde também aprender a como ajudar o marido a continuar a assistência
em casa. Ela é um dos inúmeros familiares e cuidadores que têm sido capacitados
em Salvador para poder cuidar de seus entes no retorno ao lar, após um evento
agudo, como um Acidente Vascular Cerebral (AVC), fratura de fêmur, cirurgia de
grande porte ou depois de passarem longos períodos em UTI.
“Aprendi de tudo um pouco, a acompanhar os banhos,
cuidados na cama, práticas de sentar. Foi muito importante para poder continuar
a recuperação dele em casa. Já tinham nos avisado que não seria algo muito
rápido. Hoje, ele está muito melhor. Passou pelo processo de cadeira de rodas,
depois andador e agora está com muletas. Está evoluindo muito bem graças a
Deus.”, conta Cristiane.
Na Clínica Florence, primeiro hospital de
transição do Norte/Nordeste que adota essa estratégia como parte do cuidado, a
capacitação visa diminuir as chances de reinternação e permitir que a
assistência possa ser continuada, dando maior conforto na recuperação.
Muitos familiares se sentem despreparados para
lidar com a nova realidade: os desafios que surgem com as sequelas da
patologia, que podem trazer alterações físicas e cognitivas. É nesse momento
que a capacitação familiar se torna ainda mais importante, auxiliando na
reabilitação para uma melhor qualidade de vida do paciente.
Durante o período de internamento na unidade, há
um foco na redução de complexidade do cuidado dispensado ao paciente, além do
treinamento de familiares e cuidadores. Essa capacitação ajuda, inclusive, a
evitar a ocorrência de novas internações.
“A família desempenha um papel muito importante.
Geralmente, são eles que irão oferecer suporte emocional, prático e financeiro
durante todo o processo de recuperação e envolvê-la no cuidado é fundamental”,
destaca a coordenadora de reabilitação da Florence, a fisioterapeuta Flaviane
Ribeiro.
Antes mesmo da alta hospitalar, conta Ribeiro, a
família de um paciente que passou por um longo período de internação precisa se
conscientizar de que ela faz parte do tratamento. Isso já começa ao longo da
internação, acompanhando o plano terapêutico e os cuidados diários, quando deve
ocorrer a capacitação de familiares e/ou cuidadores com o intuito de propiciar
uma transição para o domicílio sem ruptura.
A parceria com a família é importante também para
a realização da avaliação do domicílio e acessibilidade, quando são passadas orientações
e é recomendado o planejamento antecipado de possíveis mudanças necessárias na
casa para receber de volta aquele paciente após a alta hospitalar”, destaca a
fisioterapeuta.
*Adaptação* - Um dos aspectos mais importantes da
capacitação familiar é a compreensão das necessidades específicas do paciente.
“Isso inclui aprender sobre as limitações físicas e cognitivas, como
dificuldades de mobilidade, fala e memória. Ao entender essas necessidades, a
família pode adaptar o ambiente doméstico para torná-lo mais seguro e
acessível, reduzindo o risco de quedas e outros acidentes”, acrescenta.
A reabilitação pós-UTI envolve uma série de
terapias, como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Quando a
família está capacitada, ela pode contribuir significativamente para esse
processo, ajudando o paciente a realizar exercícios em casa e a seguir as
recomendações dos profissionais de saúde.
“É importante que o familiar saiba como realizar
uma transferência, uma troca de fralda, a instalação de uma dieta para o
paciente que precise de uma via alternativa que não seja a via oral, como
realizar uma troca de curativo, caso não esteja dedicada uma equipe de
enfermagem. Além de auxiliar na realização de exercícios de fisioterapia,
terapia ocupacional e fonoaudiologia após a alta hospitalar”, completa Ribeiro.
Na Clínica Florence, o familiar ou cuidador passa
por uma série de orientações e treinamentos e, ao final do processo, ainda
recebe um certificado atestando que foi treinado. As capacitações são realizadas
de acordo com a necessidade de cada indivíduo e dentro do contexto de
transição, buscando sempre assistência contínua e eficaz no manejo do domicílio.
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