Divulgação (Foto: Acervo pessoal)
Após 12 anos respondendo por crime, técnico agrícola é
inocentado graças a torres de telefonia
Uma mulher teria acusado injustamente Marcos Antônio, após
supostamente reconhecer ele em um semáforo como alguém que tentou contra a vida
dela e da família
O técnico
agrícola Marcos Antônio dos Santos Costa foi
absolvido nesta terça-feira (11), após passar 12 anos respondendo
por tentativa de homicídio. A defesa dele conseguiu comprovar sua inocência
utilizando uma torre telefônica para provar que ele estava em outro local
no momento do atentado pelo qual era acusado.
O crime aconteceu em 2011, próximo ao Shopping Salvador. Porém,
a defesa de Marcos provou, por meio da torre telefônica, que ele estava no
Shopping Barra quando o crime ocorreu.
O técnico agrícola foi supostamente reconhecido, em 2012, por
uma mulher, em uma sinaleira de Salvador, como alguém que tentou contra a vida
dela e de sua família um ano atrás em uma briga de trânsito. Segundo Marcos,
ela teria anotado o número da placa do carro dele e procurou a polícia,
informando que acreditava que o rapaz era o autor do crime.
A informação da absolvição foi confirmada pelo próprio técnico
agrícola ao Metro1. "Eu estou
muito feliz, mas exausto. Foi uma audiência longa, maior do que o normal, como
mencionado pela juíza, promotora e defensora. Rever todo o texto absurdo da
minha acusação, ouvir toda aquela narrativa de uma ação que não era eu ali, vai
doendo, trazendo as mágoas à tona. Mas minha história venceu. Agora estou muito
agradecido, exausto, mas o medo permanece. Eu continuo negro sendo um homem
negro", desabafou Marcos Antônio.
Repercussão
O Metro1 repercutiu
o caso após o engenheiro Alex Sá Gomes, amigo e chefe de Marcos, relatar a
história em uma publicação na rede social. "Há alguns
anos, uma senhora da nossa sociedade parou o carro em uma sinaleira, olhou para
o lado e viu um negro dirigindo um Fiat Uno vermelho e acreditou ter encontrado
a pessoa que, segundo ela, numa noite, atirou contra seu carro. Para ela,
aquele agressor, era o Marcos, que nunca viu essa família",
escreveu.
Marcos chegou a ficar preso por quatro dias. Ao Metro1, ele
relembrou o momento. "[Policiais] foram invadindo minha casa às 6h da
manhã, quase 20 policiais, um monte de gente para me levar. Foi uma cena
terrível. E aí eu fui para a delegacia, quando eu cheguei, que eu tomei
conhecimento do que tinha acontecido", disse.