Divulgação (Foto: Estefânia Uchôa / CMADS)
Autor da PEC das praias afirma que “não há risco nenhum” de
privatização em caso de aprovação
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator da proposta, decidiu alterar o
texto para incluir uma declaração clara que garante que todas as praias serão
acessíveis para todos
O ex-deputado federal, Arnaldo Jordy (Cidadania-PA), e
também coautor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que propõe
alterar as regras de cobrança de tributos em terrenos de marinha — a PEC das
praias, afirmou que “não há risco nenhum” de privatização das
praias em caso de aprovação do texto.
A declaração foi feita em uma entrevista à CNN, nesta
quarta-feira (5). Jordy ainda destacou que não motivo para a polêmica
acerca da proposta. “Eu não sei de onde foi ‘parida’ essa ideia de risco de
privatização das praias. A legislação brasileira em relação a esses bens
públicos está absolutamente consolidada, via de regra”.
Além disso, durante a entrevista, Jordy criticou o papel da
Secretaria do Patrimônio da União (SPU), responsável pelos chamados terrenos de
marinha.
“Uma pergunta que as pessoas fazem é se isso não vai
vulnerabilizar a especulação imobiliária em torno dessas áreas fluviais,
marítimas e acrescidos. Ao contrário, a especulação já fez a farra que fez e
basta ver o entorno de Camboriú, de Copacabana, de Ipanema, da Praia de Boa
Viagem, de Salinas, aqui no estado Pará. Essas praias são tomadas por
empreendimentos, por empresários.”
Segundo o ex-parlamentar, a elaboração da proposta surgiu há
mais de 20 anos, quando ainda era vereador em Belém, após ter sido procurado
por moradores da capital paraense que não tinham condições de pagar a chamada
taxa que incide sobre terrenos de marinha.
A PEC foi apresentada na Câmara dos Deputados em 2011, logo que
o político tomou posse em seu primeiro mandato na Casa. Em 2022, o projeto foi
aprovado com 389 votos a favor e 91 contrários, em segundo turno, e agora está
no Senado.
O relator do projeto no Senado, Flávio Bolsonaro (PL-RJ),
decidiu mudar a proposta atual para incluir uma declaração clara que garante
que todas as praias serão acessíveis para todos, como já está escrito na
Constituição Federal.