Divulgação (Foto: Agência Brasil)
Congresso
tem toda a legitimidade de disciplinar compras internacionais por lei, afirma
Haddad
Ministro da Fazenda destaca importância de entendimento entre os
três poderes para resolver taxação e aumentar receitas sem prejudicar a
indústria nacional
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira
(22) que o Congresso Nacional tem toda a legitimidade de disciplinar compras
internacionais por lei, em referência à taxação das mercadorias até US$ 50,
hoje isentas de imposto federal. O ministro disse que a preocupação da
indústria e do comércio nacionais com compras internacionais é fundamentada,
mas defendeu um entendimento entre os três poderes.
Haddad avaliou que o programa Remessa Conforme, que mantém a
isenção de imposto federal às compras internacionais até U$S 50, é delicado por
envolver empresas que disfarçam venda comercial.
"Infelizmente, de cinco a seis anos para cá, essas empresas
usaram expediente ilegal para passar como remessa para pessoa física o que era
uma venda comercial", disse ele, durante audiência na Comissão de Finanças
e Tributação da Câmara dos Deputados.
O ministro ressaltou ainda os acordos firmados entre Executivo e
Congresso em torno da desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios.
"A MP 1202 que revogava a desoneração, que deu celeuma toda, está
produzindo os efeitos esperados pela Fazenda", disse.
Haddad minimizou ainda as alterações feitas pelo Legislativo na
proposta inicial da equipe econômica. Segundo ele, a Fazenda não tem pretensão
de "levar tudo" e está disposta a negociar.
O ministro repetiu a missão de elevar as receitas a 18% do PIB e
reduzir despesas, hoje de 19% do PIB. Ele ressaltou ainda que a dívida
brasileira inspira cuidado por envolver a coordenação de Poderes da República.
O titular da Fazenda voltou a dizer que o governo não estaria
discutindo trajetória da dívida se não fossem reveses como a "tese do
século" em 2017, que excluiu o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins.