Divulgação (Foto: José Cruz/ Agência Brasil)
Presidente da CNM apresenta a Haddad proposta
alternativa para reoneração dos municípios
Paulo Ziulkoski apresenta sugestão gradual ao ministro da
Fazenda, criticando projeto em tramitação na Câmara
Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, apresentou proposta
alternativa sobre a reoneração da folha de pagamento das prefeituras ao
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (10). A sugestão
apresentada pela equipe econômica, por meio do projeto de lei de autoria do
líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), é criticada pela entidade.
Segundo Ziulkoski, a melhor alternativa seria uma reoneração
gradual que mantivesse a alíquota de contribuição previdenciária em 8% este ano
e atingisse 15% em quatro anos. No ano passado, o Congresso reduziu de 20% para
8% a alíquota para municípios com até 156,2 mil habitantes. A lei, de acordo
com a CNM, garantiu nos três primeiros meses deste ano uma economia de R$ 2,4
bilhões, do total de R$ 11 bilhões estimado para 2024.
A proposta da Fazenda, que tramita na Câmara, limita esse
benefício a cidades com até 50 mil habitantes e receita corrente líquida (RCL)
per capita de até R$ 3.895. Segundo o projeto, a alíquota de contribuição
previdenciária seria de 14% este ano, 16% em 2025 e 18% em 2026.
Nas contas da CNM, o modelo apresentado pela União impacta
negativamente os municípios em R$ 6,3 bilhões este ano, além de gerar perdas de
R$ 8,9 bilhões em 2025 e R$ 9,7 bilhões em 2026. O projeto também deixa de
beneficiar 2,9 mil prefeituras ao criar regras diferenciadas com base na RCL,
segundo a entidade.
Ziulkoski reforça ainda que a proposta do governo valeria apenas
até 2026 e não de forma permanente - ou seja, a alíquota retornaria a 20% a
partir de 2027. A expectativa é de que o projeto seja votado na Câmara na
próxima semana.