Divulgação (Foto: reprodução)
Professor da USP é afastado após dar “prêmio de pior aluno” a
estudante de geologia
Episódio aconteceu durante uma aula de Geologia Geral para o
primeiro ano de bacharelado do curso
Um professor do Instituto de Geociências da Universidade de São
Paulo (USP) foi afastado após alunos terem denunciado um suposto caso de
assédio moral. O episódio aconteceu durante uma aula de Geologia Geral para o
primeiro ano de bacharelado do curso.
Segundo relatos, o docente Joel Barbujiani Sigolo decidiu
premiar, com livros de sua autoria sobre geologia, os dois alunos da turma que
tiveram o melhor desempenho em sua disciplina. Em seguida, chamou uma aluna que
teve baixo desempenho para ir até a frente da sala e receber o “prêmio de pior
aluno”, que seria um livro de poesias, também de autoria do professor. Após a
estudante se negar repetidas vezes a levantar e receber o prêmio, o professor
teria utilizado termos “jocosos” para se referir a ela e lido um trecho do
livro em voz alta.
De acordo com o centro acadêmico, a aluna em questão precisou se
ausentar de atividades acadêmicas por problemas de saúde, e isso impactou na
nota. Os estudantes argumentam que a atitude do professor feriu o código de
ética da universidade. Em nota, a diretoria do Instituto de Geociências da USP
disse: “Foi com consternação e pesar que recebemos uma nota de repúdio redigida
por alunos do IGc e de outros institutos do baixo Matão. A nota dá ciência de
grave ocorrido em sala durante uma das aulas do primeiro ano do Bacharelado em
Geologia. Os fatos narrados são tristes, desrespeitosos e aviltantes e não
coadunam de maneira alguma, com a filosofia da gestão recém-iniciada”.
Segundo o insituto, o docente envolvido está aposentado, porém,
ativo via adesão ao quadro permissionário previsto no estatuto da USP. A
universidade ainda ressaltou que Sigolo será afastado de todas as
atividades em sala de aula até que o episódio seja investigado. "Se
confirmados os fatos, serão adotadas as sanções cabíveis ao caso à luz do que
preconiza a jurisprudência universitária”, afirmou o instituto.