Divulgação (Foto: reprodução)
Grupo Novonor, da antiga Odebrecht, é responsável
por projeto de espigões na Praia do Buracão
Projeto controverso de três torres e 18 andares mobiliza a comunidade e
gera debate sobre especulação imobiliária em Salvador
A proposta para construção de três espigões de 18 andares na
praia do Buracão, no Rio Vermelho, que tem mobilizado ambientalistas e
moradores contrários a essa obra, faz parte de um projeto das empresas Bet BA
01 - Empreendimentos Imobiliários e Bet BA 02 - Empreendimentos Imobiliários,
ambas ligadas à incorporadora OR Empreendimentos Imobiliários e Participações
S.A., que faz parte do grupo Novonor, antiga Odebrecht.
O Metro1 teve acesso ao registro imobiliário do espaço onde a
empresa pretende construir as torres. Um dos imóveis da imóvel, na Rua Barro
Vermelho, foi vendido para a Bet BA 01 no dia 14 de julho de 2022, pelo valor
de R$ 10,4 milhões. Já o segundo imóvel, na mesma rua, foi vendido no dia 30 de
setembro de 2022 para a Bet BA 02, pelo valor de R$ 5,6 milhões. A compra das
casas na região pelo grupo Novonor totalizou R$ 16 milhões e mais de 1,5
mil metros quadrados. A reportagem tentou contato com a Novonor, mas obteve
retorno até o fechamento desta matéria.
Diferente do que foi noticiado, a MRM não é a construtora
responsável pelas obras na Praia do Buracão. Em nota enviada ao Metro1, a
empresa informou que não tem qualquer participação no empreendimento de três
torres.
A Câmara Municipal tem se mobilizado para tentar barrar a
construção de espigões em Salvador. Um projeto do presidente Câmara Municipal,
Carlos Muniz (PSDB), tem dado esperança a ambientalistas e moradores, propondo
tornar o espaço onde será construído o empreendimento uma área de utilidade
pública, "para fins de desapropriação dos imóveis localizados no bairro do
Rio Vermelho, na Rua Barro Vermelho". A proposta é que dois imóveis da
região - incluindo a casa 274, uma das que foi vendia para a empresa Bet BA
- deem espaço a um estacionamento público para melhorar o acesso à praia.
Enquanto isso, o imóvel de número 218, também vendido para o grupo, seria
desapropriado para a construção de uma praça de frente para o mar.