Divulgação (Foto: Bruno Concha/Secom)
Com transporte em colapso, Salvador evita greve dos
rodoviários com subsídio e tarifa reajustada
O desenrolar dos acontecimentos já tinha sido antecipado por Mário
Kertész na última terça-feira (7)
Mais um capítulo na história do colapsado sistema de transporte
público de Salvador foi escrito nesta sexta-feira (10). Em um único dia,
conseguiu-se evitar a paralisação dos rodoviários, anunciar um subsídio para o
sistema e realizar o reajuste da tarifa de ônibus.
O desenrolar
dos acontecimentos já tinha sido antecipado por Mário Kertész na última
terça-feira (7). Naquele dia, MK informou que os
rodoviários não iriam paralisar as atividades, pois a prefeitura garantiria um
subsídio para os ônibus em Salvador, evitando assim a greve. Foi o que
aconteceu.
O prefeito Bruno Reis (União) anunciou
nesta tarde que vai injetar R$190 milhões nos ônibus convencionais.
Mais R$15 milhões serão destinados para o transporte complementar. No total,
são R$ 205 milhões. Contudo, mesmo com esse aporte financeiro, a questão ainda
não será completamente resolvida. Os moradores de Salvador terão que arcar com
um custo adicional de R$0,30, elevando o valor da passagem para R$5,20 por
deslocamento.
A crise no sistema de transporte de Salvador resulta de uma
série de escolhas equivocadas da administração municipal. A pandemia da
Covid-19 e os aumentos nos preços de pneus, combustíveis e peças contribuíram
para agravar a situação, como apontou o prefeito nesta sexta. Decisões da
prefeitura, como a implementação do programa "Domingo é Meia" e
ônibus nas madrugadas, no entanto, foram fatores decisivos para o colapso do
sistema. Embora os passageiros paguem metade da tarifa aos domingos, muitas
vezes sem perceber, esse desconto é compensado com aumentos nos dias normais ou
requer que a prefeitura realoque recursos de outras áreas para subsidiar o
transporte.
Além disso, para as empresas explorarem o serviço na capital
baiana, a prefeitura cobrou um valor (a outorga onerosa) considerado exagerado
por muitos. Agora, com o subsídio e reajuste da tarifa, o sistema parece estar
prestes a encontrar um alívio, especialmente em 2024, ano em que uma intensa
disputa pelo Palácio Thomé de Souza está prevista.