Divulgação (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
Resultado fiscal não depende do desejo do presidente, diz Haddad
ao defender trabalho em parceria
Março é prazo limite para avaliar a situação fiscal e tomar
decisão sobre mudança da meta de 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu que o
resultado fiscal é consequência de um trabalho de parceria, "não depende
do desejo do presidente da República" ou da equipe econômica.
Em evento organizado pelo banco BTG Pactual, em São Paulo,
Haddad argumentou sobre a necessidade de ter harmonia entre os Poderes para
ser cumprido o objetivo de zerar o déficit fiscal em 2024.
"Eu não falo isso para provocar ninguém. Eu falo isso
porque resultado fiscal não é da cabeça do ministro da Fazenda nem do desejo do
presidente da República. Resultado fiscal é um trabalho de parceria. O
Judiciário tem que entender a repercussão de suas decisões, o Legislativo tem
que entender a repercussão de suas decisões e o Executivo tem que entender a
repercussão de suas decisões", afirmou.
As declarações acontecem em meio a negociações do governo com o
Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, das quais a equipe
econômica depende para aprovar medidas de aumento de arrecadação, visando
tornar viável a meta de zerar o déficit fiscal no próximo ano.
No dia 27, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou
que a meta para 2024 não precisa ser de déficit zero, e que não vai congelar
bilhões no início do próximo ano, afetando "obras que são
prioritárias" para o país. Depois disso, Haddad passou a defender, com o
presidente, o prazo de março como limite para avaliar a situação fiscal e tomar
uma decisão sobre a mudança da meta do próximo ano.