Divulgação (Foto: Reprodução)
Funcionários da Bienal de SP denunciam condições de trabalho em
carta-anônima
De acordo com o texto, a carga horária é abusiva, o vale
refeição insuficiente e há desrespeito ao nome social de pessoas trans
Um grupo de trabalhadores da 35ª Bienal de São Paulo publicou
uma carta anônima em que denuncia supostas condições de trabalho extenuantes,
além de práticas discriminatórias vividas na exposição.
O documento lista problemas que vão desde “o VR (vale-refeição)
abaixo do mercado e insuficiente para uma alimentação adequada até a carga de
trabalho extenuante, o ambiente com calor excessivo, causando desmaios, a
espera de até três horas para um revezamento que permita ir ao banheiro, além
das atitudes de intimidação, o que caracteriza assédio moral, entre outros”.
O texto inicia assim: "Nós, trabalhadores da
35ª Bienal de São Paulo, denunciamos as péssimas condições de trabalho em
vigor nesta edição, que, além de prejudicar nosso desempenho profissional, do
qual depende boa parte da relação do público com a exposição, também têm
efeitos nocivos para a nossa saúde física e mental, assim como contribuem para
a continuidade das práticas transfóbicas, capacitistas e de outras
discriminações estruturantes da sociedade Brasileira".
De acordo com a coluna do jornalista Guilherme Amado, no
Metrópoles, os organizadores do evento (que acontece no Parque Ibirapuera)
disseram que as lideranças das áreas de projetos e gestão predial não foram
procuradas pelos trabalhadores para tratar dos problemas e que também não houve
denúncias nesse sentido nos canais sigilosos.
Em nota enviada à publicação, a Bienal afirmou que
“objetivamente, os salários pagos pela Fundação Bienal estão em absoluta
consonância com os melhores valores praticados no mercado, conforme se pode
depreender de rápida pesquisa comparativa”.
Como a carta não é assinada, não se sabe quantos dos
trabalhadores endossam as denúncias nela contidas. “O ambiente e a
jornada de trabalho atendem plenamente à legislação trabalhista, às convenções
coletivas e às melhores práticas de gestão", defendeu-se a organização do
evento, a respeito da queixa específica.